Blog do Jornal Dois Irmãos


11 de jul. de 2014

Quanto custa parar de fumar?

“Fumar cigarro? Nunca mais”. 

É com essa convicção que a psicóloga e comerciante Vanda Lautert Moelhecke, 53 anos, encara o vício que largou há 23 anos, quando engravidou pela segunda vez.
Nas décadas de 70 e 80, o cigarro vivia seu momento de glória, além de ser sinônimo de status, charme e até de poder. Vanda recorda que nesta época não havia campanhas de conscientização sobre os males que o cigarro causa ao organismo do usuário. “Era comum fumar em todos os lugares, até na faculdade fumávamos dentro da sala de aula”, recorda. Vanda deixou de fumar durante a primeira gravidez, no entanto, retornou depois do nascimento, mas relembra que ela e o marido fumavam fora de casa. “Na minha segunda gravidez me determinei a largar de vez, e já tinha mais campanhas surgindo dos postos de saúde e na escola onde eu trabalhava como psicóloga”, conta ela.
Questionada de como é a sensação de ter superado o vício, ela responde de supetão: “É de vitória, mas não existe vitória sem que a pessoa trave uma luta consigo mesma”. Hoje, ela não suporta nem cheiro do cigarro. “Eu não consigo mais ver a graça de inalar fumaça”, conclui Vanda, destacando que seu marido também deixou de fumar há cerca de um ano.

10 maneiras de parar de fumar
1) Desassociar o cigarro do prazer, 
2) Parar gradualmente (grau de dependência alto), 
3) Parar de uma só vez (graus de dependência leve e moderado), 
4) Distrair-se, 
5) Evitar álcool e cafeína, 
6) Exercitar-se, 
7) Listar os motivos que justificam a decisão, 
8) Contar com o apoio dos familiares e amigos, 
9) Fazer tratamento médico, 
10) Usar adesivos ou mascar gomas de nicotina.

Tratamento para parar de fumar pode custar R$ 1,4 mil por paciente ao SUS

Nem todos os fumantes conseguem parar de fumar por si só, como o exemplo da Vanda. Uma pesquisa baseada no modelo de tratamento feito em Goiânia e replicado para o resto do país mostra o valor estimado de R$ 1,4 mil necessários para auxiliar o Sistema Único de Saúde (SUS) no abandono do vício de cada paciente. Mesmo assim, é bem mais barato para os cofres públicos do que arcar com um paciente doente por causa do cigarro. 
O estudo foi desenvolvido entre 2011 e 2013 pelo Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde (IATS), assinado pelas pesquisadoras Andréa Cristina Rosa Mendes e Cristiana Maria Toscano, da Universidade Federal de Goiás (UFG). Realizado em parceria com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e secretarias de Saúde do Estado de Goiás e do município de Goiânia, o estudo estimou custos e efetividade do Programa de Cessação de Tabagismo (PCT) implantado na capital pelo SUS, considerando o ano de 2010. Dos 803 goianienses atendidos, na época, pelo programa, 37,2% tiveram sucesso no processo terapêutico e deixaram de fumar –  o índice, ou taxa de cessação, se refere à abstinência ao final da realização do tratamento, com duração aproximada de seis meses. “O resultado da pesquisa foi positivo nos dois sentidos: tanto no que diz respeito a essa taxa de cessação quanto ao custo total do tratamento desses pacientes. Não há dúvida de que, em Goiânia, o PCT está muito bem estruturado”, afirma Andréa Mendes, mestre em Medicina Tropical e Saúde Pública e especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. 
De acordo com Andréa, os custos verificados pelo estudo, a partir do PCT desenvolvido em Goiânia, confirmam a ideia de que os investimentos em prevenção são mais valiosos do que os gastos com tratamento de doenças relacionadas ao hábito de fumar. A evidência científica fica ainda mais clara quando o custo da cessação – em média R$1,4 mil – é comparado aos custos estimados para tratar um caso de câncer em hospital público especializado no Brasil, em particular os cânceres sabidamente associados ao tabagismo: pulmão (R$ 29 mil), esôfago (R$ 33 mil) e laringe (R$ 38 mil), por paciente.

Leia  a matéria completa na edição dessa sexta-feira.

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