Blog do Jornal Dois Irmãos


19 de dez. de 2013

Traseira de caminhão boiadeiro tomba e 23 bois são sacrificados

No final da tarde de ontem, por volta das 17h30, um caminhão boiadeiro bitrem, placas IQN-1016, de Boa Vista do Herval, se envolveu em um acidente na localidade do Walachai, na curva em frente ao Café Colonial Walachay.
O caminhão envolvido é do frigorífico Boa Vista, de Santa Maria do Herval, e seguia pela Estrada do Walachai, carregado, no sentido Morro Reuter/Santa Maria do Herval. Ao contornar a curva, a parte traseira do caminhão tombou. O motorista não se feriu.
O acidente deixou a estrada em meia pista, e apenas uma viatura da Brigada Militar (BM) de Morro Reuter estava no local para controlar o trânsito.
No caminhão, 24 bois estavam na parte que tombou. Todos ficaram aglomerados, uns caídos por cima dos outros, alguns com as patas e a cabeça já para fora do boiadeiro.
Imediatamente, funcionários do frigorífico iam chegando ao local para tentar resolver a situação. A solução era sacrificar os animais, os matando a tiros. Porém, foram impedidos pela BM.
Enquanto os funcionários do frigorífico buscavam uma alternativa para resolver a situação, os bois seguiam se debatendo, para conseguir sair. Até que um deles conseguiu e correu em direção a um grupo de pessoas que estavam em volta. Desesperados, todos, crianças e adultos, entraram nos carros, até mesmo de desconhecidos, ou buscavam alguma outra forma de se proteger do animal.
Logo em seguida, todos os 23 bois tiveram que ser sacrificados. De acordo com um dos responsáveis pela empresa, essa foi a única maneira de solucionar a situação. "Fizemos isso para evitar que alguém se ferisse", destaca. Eles foram colocados em outro caminhão. A ação levou mais de duas horas. Em seguida, a parte traseira foi erguida e o caminhão foi levado ao frigorífico.

Boi que fugiu deixoumoradores em pânico
O boi que fugiu seguia na direção Morro Reuter/ Santa Maria do Herval e levou pavor a uma moradora próxima do local do acidente. Silvane Klaus, 47 anos, estava em casa quando viu o boi indo em direção à roça da família, onde seu pai, Lídio Klaus, de 75 anos, estava trabalhando, acompanhado de uma junta de bois. “Estava em casa quando vi o boi. Meu pai não sabia de nada, e eu fui correndo tentar avisar ele. Fiquei desesperada, corri para pedir ajuda a um carro que estava passando na rua, e os dois guris me ajudaram. Quando conseguimos chamar a atenção do boi, ele veio correndo atrás de nós, cada um se defendeu como pôde. Eu entrei em um carro que estava na rua, um garoto subiu em uma árvore”, conta ela, questionando o porquê de ninguém ter ido atrás do boi no momento em que ele fugiu do caminhão. “Chego aqui e eles (Brigada Militar) me dizem que a lei não permite que atire. Isso é um absurdo. A lei permite que meu pai morra, que a gente morra?”, questiona ela. “Imagina se tem gente caminhando na rua, criança, idoso, eles não saberiam se defender. Ninguém foi olhar para onde ele foi, ninguém fez nada. Quando corri atrás dele, ou era a minha vida ou a do meu pai. Se não fosse a ajuda dos dois rapazes, aconteceria uma tragédia”, diz ela, agradecendo os jovens Eduardo Sauter, de 21 nos, e Rafael Rochembach, de 18 anos.

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