Blog do Jornal Dois Irmãos


14 de jan. de 2015

Mais de 17 horas sem luz no Bela Vista

A queda de um poste de energia elétrica na rua Vitória, no Loteamento Picada 48, por volta das 18h15 desta terça-feira, dia 13, resultou na falta de energia de todo o loteamento e também dos loteamentos Vitória e do Lago e do bairro Bela Vista. Pelo menos até as 13h30 desta quarta-feira, dia 14, os moradores permaneciam sem luz. Ou seja, já são mais de 17 horas sem energia.
Além de residências, estabelecimentos comerciais como gráfica, mercados, padarias e empresas calçadistas foram afetados. Na Gráfica Daluza, na rua Anita Garibaldi, na entrada do bairro Bela Vista, a equipe de doze funcionários está praticamente parada. “Estamos fazendo alguns trabalhos manuais, que não necessitam do auxílio de máquinas”, diz o empresário Juarez Patrício, de 58 anos, indignado com o descaso da AES Sul. “O descaso deles é impressionante. Ontem a noite liguei três vezes e hoje pela manhã liguei outras duas. O que dizem é que não há previsão de conserto”, destaca ele, ressaltando a quantidade de postes podres no local. “O poste que caiu estava podre, assim como muitos aqui perto. Alguns foram instalados há mais de 35 anos”, acrescenta Juarez. Em razão da falta de energia, segundo Juarez, a entrega de serviços foi prejudicada. “Não produzimos, consequentemente, atrasamos pedidos de clientes”, lamenta ele.

Padaria fechada 

A falta de energia fez também com que alguns estabelecimentos amanhecessem fechados na manhã desta quarta, como é o caso da Padaria e Confeitaria Nina, na rua Colmeia, no Loteamento do Lago. O trabalho, que começa diariamente às 5h da manhã, foi interrompido pela falta de luz. “Desde ontem não conseguimos produzir nada. Não temos nem como amassar o pão, porque hoje já é tudo com máquinas. E mesmo assim, não teríamos como assar”, diz a proprietária Amaranta de Lima Moser, de 50 anos. Segundo ela, ainda nesta terça, a AES Sul disse que em três horas o problema seria solucionado. “Até agora nada”, desabafa ela. “Picolé, sorvete, tudo foi por água abaixo. Nosso serviço está completamente atrasado. As coisas do freezer, vamos perder tudo”, diz ela, que no ano passado chegou a ficar três dias sem energia. “Ficamos sem luz porque um raio atingiu um transformador. Perdemos muita coisa também”, finaliza Amaranta.

Falta de energia e noite de calor

No Loteamento Picada 48, a moradora da rua Salvador, dona Metilda Pich, de 73 anos, lamentava a falta de energia elétrica na manhã desta quarta-feira. “É difícil faltar luz, mas quando falta, ficamos horas sem energia”, diz ela. “Hoje e ontem estão sendo dias muito abafados e o ventilador faz muita falta, durante o dia e a noite. Me sinto muito mal com todo esse calor”, completa ela.

12 de jan. de 2015

Inflação fechou em 6,41% em 2014

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou dezembro com alta de 0,78%, ante uma variação de 0,51% em novembro, informou na sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de uma taxa de 0,72% a 0,86%, e em linha com a mediana (0,78%).
Como resultado, o IPCA fechou o ano de 2014 em 6,41%, abaixo do teto da meta estipulada pelo governo federal, que era de 6,5%. As previsões dos analistas eram de uma taxa entre 6,34% e 6,50%, com mediana justamente em 6,41%. Em várias cidades do país, porém, a meta estourou. Caso de Belém (6,59%), Curitiba (6,66%), Campo Grande (6,77%), Porto Alegre (6,77%), Goiânia (7,20%) e Rio de Janeiro (7,60%).

Carne subiu 22,21%

Os aumentos no preço das carnes foi, individualmente, o item que teve maior impacto na inflação. No ano, as carnes tiveram aumento de preços de 22,21%, bem acima da inflação registrada pelo produto em 2013 (4,57%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outros itens que tiveram impacto importante na taxa de inflação em 2014 foram os empregados domésticos (10,54%), os aluguéis residenciais (9,35%), os planos de saúde (9,44%) e os cursos regulares (8,87%). A energia elétrica, que tinha caído 15,6% em 2013, subiu 17% em 2014 - reflexo da seca no país, que provocou altos reajustes nas contas. A energia deve continuar pesando agora em 2015.
- Essa questão da seca ainda não foi resolvida, os reservatórios continuam muito baixos, o custo da produção de energia elétrica continua bastante alto. Essa vai ser a tarifa que vai ter o maior reajuste. Em segundo lugar, transporte urbano, pedágio e aí outras tarifas públicas que todo ano reajustam - explica Tatiana Pinheiro, economista do banco Santander.


Thaís Moscato
22 anos, comerciante
“As carnes e as gasolina foram preços que, na minha opinião, subiram muito. Faço compras há mais de seis anos e é inevitável, todo ano os preços em geral ficam mais altos. Minha mãe tem uma padaria e notamos a partir de lá o quanto os valores mudaram. Para amenizar, procuro sempre pesquisar valores e comprar em promoções e em grandes quantidades, vale a pena e faz a diferença na conta final”.

Alice Weber Giehl
49 anos, dona de casa
“Notei um aumento geral dos valores na hora das compras. Até comentei com meu marido de como o preço das frutas, verduras e carnes havia subido nos últimos meses. Sou dona de casa e faço compras há 30 anos, sempre prezei pela qualidade e nunca fui de pesquisar preços, mas ultimamente tenho tomado alguns cuidados, como por exemplo, quando a carne vermelha está muito cara, procuro comprar frango, pois é saudável e o valor é mais em conta”.


Passagens aéreas

Com as viagens de férias, os preços das passagens aéreas decolaram em dezembro (alta de 42,53%). Em Dois Irmãos, porém, a agência de viagens Rota Brasil não percebeu recuo por parte dos clientes nas viagens nacionais, segundo seu proprietário.
- Não afetou tanto, pois existem inúmeras operadoras e a concorrência é muito grande na questão de preços. O que mais afeta é a alta do dólar, para as viagens internacionais, que fez alguns clientes adiarem a tão sonhada viagem. O que mais /me preocupa é a instabilidade da economia em 2015 - afirmou Marco Alles, 51 anos.
Transportes (alta de 1,38%) também pressionaram a inflação, que chegou a 0,78% em dezembro, bem acima da alta de novembro (0,51%).

Meta de 4,5% em 2016. Será?

No resultado fechado do ano, os gastos com habitação (alta de 8,80%) e alimentos (alta de 8,03%) foram, definitivamente, os que mais impactaram na inflação, porque têm mais peso no índice. Em nota, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, declarou que a instituição fará o necessário para que a inflação entre em 2015 em longo período de declínio, para chegar à meta de 4,5% em 2016. Será que ainda dá para acreditar?