Por 5 votos a 4, a oposição derrubou o projeto de Lei 185/2013, que autoriza a concessão de uso do Hospital São José. Votaram contra o projeto: Jair Quilin e Jailton Proença, do PDT; Joracir Filipin, Márcio Goldschmidt e Léo Büttenbender, do PT. Os votos a favor foram de Sérgio Fink e Leonel Dornelles, do PTB; Paulinho Quadri, do PMDB, e Eliane Becker, do PP.
O presidente Jair Quilin criticou a falta de informações:
- O projeto deveria vir mais especificado. Não constam quais os equipamentos que serão dados, é uma espécie de carta branca para quem assumir fazer o que quiser. Já mandaram a UPA embora e agora estão lavando as mãos no hospital – alfinetou Jair, pedindo que o projeto fosse retirado, corrigido e melhorado.
Léo concordou que o documento é bastante vago, com apenas três artigos. Márcio, Filipin e Jailton igualmente lamentaram a falta de informações no documento.
Sérgio Fink (PTB) declarou que o projeto é só uma formalidade para encaminhar o processo de licitação e que, posteriormente, o contrato terá todas as especificações.
- Dizer não a este projeto é dizer não à saúde pública de Dois Irmãos – disparou o líder de governo.
Depois da votação, a discussão continuou.
- Não entendo os dois vereadores que deram parecer favorável ao projeto na semana passada e agora mudaram de opinião – disse Sérgio Fink, referindo-se à Jailton e Léo na Comissão de Pareceres. – Eu lamento que o ranço político atrase a saúde em Dois Irmaos. Votaram contra a possibilidade de melhorar a administração do hospital. Hoje se votou pelo atraso na saúde – completou o líder de governo.
O presidente Jair Quilin não gostou e rebateu:
- Mandaram um projetinho muito fraco... Do jeito que os vereadores estão votando, estão sendo mandados pela prefeita Tânia, e muito bem mandados. A Tânia deve organizar melhor a sua área jurídica. Na verdade, ao reprovar este projeto, nós estamos ajudando ela – afirmou o vereador.
O líder de governo levou à tribuna um esboço do projeto de ampliação e modernização do Hospital São José. Segundo Sérgio Fink (PTB), a atual administração pretende construir um prédio de três pavimentos no terreno nos fundos do hospital, com 750m² cada. O local abrigaria nova emergência, salas de exames, cirurgias e leitos de UTI. O investimento só na construção pode chegar a R$ 5 milhões.
- Amanhã (hoje) a prefeita está indo a Brasília para apresentar o projeto no Ministério da Saúde e conversar com o deputado Eliseu Padilha. Logo também teremos audiência com o deputado Luiz Carlos Busato para buscar recursos – comentou.
Joracir Filipin (PT) ironizou e cutucou o líder de governo e a administração:
- Semana passada ele já veio aqui com um papelão (sobre o projeto da nova emergência) e agora vem com outro. Ele diz que a prefeita vai a Brasília atrás de recursos, mas como ela vai chegar lá para pedir alguma coisa se mandou 2 milhões embora?
PDT e PT votaram contra terceirização do hospital
Líder de governo apresenta esboço
de ampliação do Hospital São José
PURA PIMENTA
Feijão tá queimando,
diz petista Márcio
Márcio Goldschmidt (PT) foi no embalo do colega de partido:
- Dizem que não têm dinheiro para fazer a UPA, mas apresentam uma maquete de papel para ampliar o hospital... Quer dizer, aí vai ter dinheiro? Para mim, isso se chama incompetência governamental. A Tânia disse que faria um “feijão com arroz”, mas o feijão tá queimando e o arroz tá secando. Se não mexer nesse cozido, o povo vai comer feijão queimado e arroz seco.
Jair Quilin (PDT) disse que a comida da prefeita Tânia já virou farofa:
- Essa é mais uma pegadinha da prefeita... Viviam criticando a administração passada, mas agora não tem nem projeto ainda e já estão noticiando. Viu como as coisas mudam? Daqui a pouco também vou trazer aqui coisas que só vão acontecer lá em 2020, 2030 – ironizou o presidente.
Sérgio não gostou e voltou à tribuna:
- Quem sabe se faz um bom feijão mexido para dar um novo sabor, mas talvez é isso que muitos não querem que aconteça. Não querem que venha para Dois Irmãos uma entidade grande como um Instituto de Cardiologia ou um Grupo Mãe de Deus.
O QUE DIZ O PROJETO
Art. 1º Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a efetuar concessão de uso de bem público, a título gratuito, mediante processo licitatório, das dependências do Hospital São José com as respectivas instalações, equipamentos, instrumentos e mobiliário.
Art. 2º A concessão do bem descrito no artigo anterior tem por finalidade a prestação, no local, complementando aqueles diretamente prestados pelo município, de serviços médico-hospitalares aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), mediante plantão de urgência/emergência durante 24 horas, consultas médicas, exames de diagnose, avaliações cirúrgicas, cirurgias eletivas e de urgência/emergência.
Art. 3º O prazo de concessão de que trata esta Lei é de até 60 meses.
UPA ETERNA
Leia as principais declarações dos vereadores a respeito da polêmica da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA).
Na audiência pública da semana passada, a prefeita Tânia da Silva confirmou que não fará a UPA e o assunto voltou a repercutir na sessão desta segunda.
Jair Quilin (PDT)
O efeito da decisão da prefeita é terrível. Estamos tirando 2 milhões de investimento na área da saúde. É algo que não terá retorno, vamos ficar atrasados.
Paulinho Quadri (PMDB)
Parabéns para a prefeita Tânia, que mostrou ‘braço’. Por que o governo passado não deixou 1,5 milhão de contrapartida? Dizem que deixaram 3 milhões em caixa, mas com um déficit de 6 ou 7 milhões. De onde vamos tirar 1,5 milhão para contrapartida? Esta administração tem os pés no chão e logo, logo nós vamos ter a melhor saúde para a população.
Márcio Goldschmidt (PT)
O deputado Henrique Fontana não quis acreditar na decisão que a Tânia tomou e disse que não vai medir esforços para sensibilizar o Ministério da Saúde a estender o prazo da UPA. Que a Tânia e o Jerri voltem atrás e não penalizem a população de Dois Irmãos. Se não fizerem a UPA, teremos mais quatro ou cinco anos com aquela estrutura velha do Postão.
Eliane Becker (PP)
Se havia tanto interesse em construir a UPA em Dois Irmãos, por que não fizeram antes? Se o Miguel tivesse liberado mais dinheiro para a saúde, com certeza não teria tido tanta reclamação. Expliquem para as pessoas o que a prefeitura está fazendo e o que está pagando hoje.
Sérgio Fink (PTB)
Foi deixado um projeto pronto para construir a nova emergência, com terreno de 4.380m² e 810 mil reais em caixa, mas eles não fizeram. Até o presidente da FAMURS já disse que a União não repassa todo o dinheiro para manter as UPAs, que faltam médicos. A UPA de Santa Maria, por exemplo, não recebe recursos do Estado há um ano. E, enquanto a secretária de Saúde de Vacaria fazia propaganda da UPA aqui, um médico de lá era preso por prática ilegal da medicina.
Joracir Filipin (PT)
Será que a opinião da população não vai sensibilizar a prefeita Tânia, que se elegeu em cima da saúde? É lamentável o que está acontecendo em Dois Irmãos.
Leonel Dornelles (PTB)
A secretária de Saúde de Vacaria disse que a UPA foi um “divisor de águas”, e no mesmo dia um safado se passando por médico era detido naquele município. É esse o exemplo de UPA que queremos? A UPA faz o mesmo serviço do Postão, só que além de atender a nossa gente, teríamos que atender mais seis cidades. Passaria de 28 mil para 70 mil habitantes.