Blog do Jornal Dois Irmãos


14 de fev. de 2014

CORSAN vai investir quase 27 milhões em Dois Irmãos

Recurso é para a construção de uma estação de tratamento de esgoto e parte da rede

Na tarde abafada de quarta-feira, o JDI recebeu a visita do presidente da Corsan, Tarcisio Zimmermann, e do ex-prefeito Miguel Schwengber. Antes de conversar com a reportagem, eles não titubearam em aceitar uma água gelada para fugir do calor da rua.

Tarcisio e Miguel vieram trazer boas notícias para Dois Irmãos. O município será contemplado com um investimento de 26,9 milhões de reais, através do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento). O recurso 
destina-se à construção de uma estação de tratamento de esgoto e de parte da rede do sistema, que deve atingir inicialmente 15% da população. “O projeto está em análise na Caixa Econômica Federal e a expectativa é de que o recurso seja contratado até julho. A partir daí, temos um ano para iniciar as obras”, informa o presidente. O investimento é do governo federal, sem contrapartida local, e a execução será da Corsan. 

Tarcisio destaca que o município só foi selecionado pelo programa porque já tem seu Plano Municipal de Saneamento, elaborado entre 2011 e 2012, pela administração de Miguel Schwengber. “Até dezembro de 
2013, todas as prefeituras deveriam ter seu Plano Municipal de Saneamento concluído. No entanto, dos 20 municípios atendidos pela Corsan, apenas 140 fizeram o dever de casa”,comenta o presidente. “Levamos aproximadamente um ano para concluir o plano, que inclui água, esgoto, drenagem urbana e resíduos sólidos”, acrescenta Miguel. 

A princípio, o plano prevê a construção da estação de tratamento numa área nos fundos do Complexo Esportivo do SESI, no bairro Vila Rosa. Trata-se de uma obra de grande porte. “Para se ter uma ideia da complexidade do trabalho, o sistema de abastecimento de água tem canos enterrados entre 60 centímetros a 1 metro de profundidade. No caso do sistema de tratamento de esgoto, a tubulação é enterrada a partir de 1,30m e pode chegar a até 6m”,diz Tarcisio. 

A GIGANTE CORSAN
A Corsan é uma empresa com 5.300 funcionários e faturamento mensal na casa dos R$ 170 milhões. Seu sistema de abastecimento de água atende 320 municípios no Rio Grande do Sul, atingindo uma população de 6 milhões 650 mil. São 180 estações de tratamento de água. Atualmente, 15% da população que recebe o abastecimento de água da Corsan também é atendida pelo serviço de tratamento de esgoto. Até 2017, a companhia deve investir 4 bilhões e 400 milhões de reais no Estado. Deste total, 3,9 bilhões serão destinados ao tratamento de esgoto e 500 milhões ao sistema de água. A intenção é alcançar 38% de cobertura no esgoto. “Os maiores investimentos serão nos sistemas das bacias do Rio dos Sinos (1 bilhão) e do Rio Gravataí (600 milhões). São as mais críticas no Estado. O Rio Gravataí é considerado o segundo mais poluído do Brasil e o Rio dos Sinos, o terceiro; só perdem para o Rio Tietê”, diz Tarcisio.

CONSUMO CRESCE 30%
O verão implacável fez o consumo de água aumentar 30% em janeiro.“O consumo médio hoje, por unidade (casa), é de 10m³ de água por mês. Em janeiro, a média ficou em 12,95m³”,comenta o presidente Tarcisio.“Estamos trabalhando com a corda esticada desde o dia 15 de dezembro. Não há problema de falta de água. A questão é que estamos tendo que produzir muita água”, completa ele. O grande desafio é justamente essa maior necessidade de água em dias muito quentes, além da falta de energia elétrica. “Em um sistema como o de Alvorada, por exemplo, que produz 1.200 litros de água por segundo; uma hora de falta de luz significa que a Corsan deixa de produzir o equivalente ao consumo de 10 mil unidades durante um dia”,explica Tarcisio. É praticamente o tamanho de uma cidade como Dois Irmãos, que hoje tem 10.195 economias.

GERADOR? INVIÁVEL!
O abastecimento de água está diretamente ligado ao fornecimento de energia elétrica. De acordo com Tarcisio, muitas pessoas questionam por que a Corsan não utiliza geradores em momentos de falta luz. 
Ele explica: “O sistema Corsan utiliza 80 megawatts de energia permanentes, o que equivale ao consumo de uma cidade como Santa Maria, mais São Sepé. Por acaso alguém imagina uma cidade como Santa Maria movida a gerador? O sistema Corsan tem cerca de 10 mil motores e seria preciso um gerador para cada motor. É inviável”. Outro detalhe curioso: “No Rio Grande do Sul nem existem geradores que comportem este tipo de motor. São bombas muito potentes. Recentemente, quando tivemos problemas de falta de água em Porto Alegre, até tentamos trazer um gerador de Curitiba”, acrescenta o presidente da Corsan.

A CONSCIÊNCIA E O BOLSO
Recentemente, a Corsan encomendou uma pesquisa sobre a importância da água. Foram ouvidas 24 mil pessoas. “Uma das questões era sobre tratamento de esgoto. Das respostas válidas, 48% dos entrevistados disseram que o tratamento de esgoto é muito importante e 44%, que é importante. Em outra questão, foi perguntado quanto eles estariam dispostos a pagar pelo tratamento de esgoto. E 70% marcaram a alternativa ‘nada’. Quer dizer: a distância entre a consciência e o bolso ainda é uma barreira intransponível”, comenta o presidente Tarcisio, entre risos.

SOBRE O PRESIDENTE
Tarcisio Zimmermann, 59 anos, é natural de Santo Cristo. Casou em Porto Alegre e trabalhou no Banrisul. De 1985 a 1989, mudou-se para Três de Maio, quando passou a atuar como dirigente sindical. Depois, veio para Novo Hamburgo e disputou sua primeira eleição a prefeito em 1996. Concorreu novamente em 2004 e foi eleito prefeito em 2008. Também conquistou três mandatos como deputado federal, nas eleições 
de 1998, 2002 e 2006. Durante o primeiro mandato, licenciou--se para ser Secretário Estadual do rabalho, Cidadania e Assistência Social no governo Olívio Dutra. Agora, desde maio passado está na presidência da Companhia Rio-Grandense de Saneamento (Corsan). Tarcisio deve deixar o cargo em março para concorrer a deputado estadual nas eleições de outubro.

13 de fev. de 2014

Uma moradora em defesa dos animais abandonados

Amor sem raça. É dessa forma que se pode definir o sentimento que a advogada Lilian Snel, de 53 anos, tem pelos seus animais de estimação – todos adotados da rua. 
Na tarde desta quarta, a redação do JDI foi recepcionada na casa da advogada no bairro Travessão, em meio aos seus nove animais. Lilian conta detalhadamente a história de cada um deles, desde o primeiro encontro na rua, dos tratamentos veterinários para conseguir salvar a vida de animais geralmente castigados pelo abandono de seus donos.
“Muqui” foi a primeira cadela da família, adotada em São Leopoldo. Depois veio a gata “Mel”, o cachorro “Colosso”, o gato “Cremoso”, o cachorro “Lobo”, a cadelinha “Pequena”, o cachorro “Pupi”, o periquito “Blue” e o sapo “Santos”. Agora, o mais recente membro da família é o cãozinho Punk, uma mistura de poddle com schnauzer. Punk foi encontrado por Lilian na última segunda-feira, na Av. São Miguel. O cachorrinho chegou a ser anunciado no próprio JDI, para localizar o dono, mas acabou sendo rejeitado. “Uma vizinha da dona reconheceu o cão e me ligou no mesmo dia em que foi noticiado, mas até agora a dona não me contatou para pegá-lo de volta”, explica ela, que infelizmente não pode ficar com mais um cachorro. 

A advogada diz que não tem nada contra os cachorros de raça, mas como a natureza sempre veio ao seu encontro, ela não vê necessidade de comprar um. Lilian destaca que todos os cachorros são iguais e fazem a mesma coisa: latem, dão carinho e são bons companheiros. “Ninguém é obrigado a ter animais, mas muitos esquecem que eles são seres como as pessoas. Eles precisam comer, beber, ter um lar, lazer e ir ao veterinário. Muitas pessoas acham que o cães são para colocar nos fundos da casa e depois esquecê-los”, lamenta ela, ressaltando que as pessoas precisam se conscientizar e parar de maltratar e abandonar os animais nas ruas.


Quer adotar o Punk?

Punk antes do banho
Punk depois do banho
Lilian quer doar Punk, mas não vai devolver para a dona, já que ela nem se importou em contatá-la. “Gostaria que alguém que tenha disposição real de ficar com ele o adotasse. E que dê continuidade aos cuidados médicos de que necessita. Punk tem uma pele bastante sensível. A índole desse cachorro é excelente. É ótima companhia até em apartamento”, diz ela. Mais informações e contato para adotá-lo, pelo telefone 3593-2895, com Lilian.
O que mais impressiona nas fotos ao lado não é a beleza que ele ficou depois de um banho, mas a mudança no olhar. O amor de quem se dedica a um animal abandonado é retribuído com seu olhar de felicidade e gratidão. É isso que motiva Lilian e o filho Lucas Valentin de Oliveira Snel Mori, de 15 anos, a continuar a resgatar os animais de rua e ajudar a procurar um lar.

12 de fev. de 2014

Caminhoneiro de Dois Irmãos morre em acidente em Içara

No início da manhã dessa quarta-feira, dia 12, um jovem de 27 anos, residente de Dois Irmãos, faleceu após se envolver em um acidente de trânsito, em Içara, no sul de Santa Catarina. Diego Benetti veio a óbito depois que o caminhão conduzido por ele, carregado de eletrodomésticos, capotou e pegou fogo no Km 385 da BR-101, por volta das 6h.
De acordo com informações preliminares dadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) ao site G1, o veículo conduzido por Diego teria colidido contra outro caminhão, e, com isso, o jovem teria perdido o controle do veículo que caiu em uma vala na marginal da rodovia. Além disso, informações publicadas no site informavam que o corpo do rapaz foi encontrado a alguns metros do local do acidente, com queimaduras em partes dele. Até o fechamento dessa edição, as causas estavam sendo apuradas pelas equipes que atenderam a ocorrência, e informações ainda não davam conta se o corpo teria sido arremessado do veículo com o impacto ou se o jovem teria saído com vida, mas não resistido aos ferimentos. O Jornal Dois Irmãos tentou contato com a PRF de Araranguá, que atendeu à ocorrência, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.
Diego Benetti
O jovem caminhoneiro trabalhava para a empresa Foba Transportes e Representações Ltda, de Dois Irmãos, há cerca de dois meses. “Quando ele pôde trocar a categoria da carteira, ele até me pediu dinheiro emprestado, e eu ajudei, porque sabia que era o que ele gostava e queria trabalhar nisso”, relembra a mãe Rozane Maria Benetti. “Era o sonho de infância dele”, completou o amigo Vando Führ. Ainda segundo a mãe do rapaz, Diego deixou Dois Irmãos a trabalho no último dia 3, a caminho de São Paulo. De lá, ele partiu para Blumenau, onde realizou um carregamento de eletrodomésticos, permanecendo na cidade por cerca de três dias, antes de seguir viagem para Porto Alegre para descarregar e, então, voltar a Dois Irmãos. Além da mãe, o jovem deixa enlutados: o pai Delomar e o irmão Douglas, que também é caminhoneiro e trabalha na mesma empresa que Diego. “Quando o pessoal da empresa veio aqui em casa e eu saí para ver o que era, a primeira coisa que perguntei foi: ‘Qual?’, pois meus dois filhos estavam na estrada”, conta a mãe, ainda em choque. “Por volta desse horário em que aconteceu o acidente, eu perdi o sono, e precisei levantar da cama. Não sabia o que era, mas estava angustiada”, completa ela. 
Além dos familiares, Diego deixa enlutada a companheira Dana Michele Staudt, com quem mantinha um relacionamento de 11 anos, residindo juntos há seis. Até o fechamendo da edição, às 16h30, não havia previsão para a chegada do corpo a Dois Irmãos.

Garota Verão tem eliminatória regional nesta quinta-feira

Adrieli Ritterbusch, 19 anos, é a representante de Dois Irmãos


O sonho de ser a representante do verão está cada vez mais próximo. O concurso do Garota Verão chega a etapa regional Vale do Sinos. 
Adrieli Ritterbusch, 19 anos, é a Garota Verão Dois Irmãos 2014 e está ansiosa para a etapa que poderá levá-la para a grande final do concurso em Capão da Canoa, que deverá reunir 40 meninas no próximo dia 22 de fevereiro.
A etapa regional é nesta quinta-feira, às 21h, no Parque Almiro Grings, da Oktoberfest, em Igrejinha.  A expectativa é muito grande, desde que ela conseguiu passar pela etapa municipal. 
- Minha vida está focada nesta nova etapa, que é a regional dos Vales. A vontade de representar bem Dois Irmãos é um sentimento maravilhoso e fico ainda mais feliz tendo o apoio de todos da cidade. Com certeza, será uma etapa muito difícil, todas as candidatas são lindas e cada possui um brilho especial, mas eu aposto que quando fizemos tudo com amor, carinho e dedicação sempre surge algo de bom e ter a oportunidade de mostrar um pouco de Dois Irmãos, levando seu nome é realmente uma grande honra - diz Adrieli.

Confira um bate-papo com a bela representante dois-irmonense sobre seus preparativos.

Como estão os preparativos para a próxima etapa do concurso Garota Verão?
Adrieli: A preparação começou antes mesmo da etapa municipal e intensificada agora para a regional. Sempre pratiquei exercício e jogo voleibol desde meus 10 anos de idade e isso sempre me ajudou para ter um corpo saudável, sem contar que é um esporte que amo. Além disso faço academia três vezes por semana e passei a cuidar mais da alimentação, pratos com muita salada e frutas e muita água. E claro, nunca deixei de comer porque isso é prejudicial para nossa qualidade de vida. Posso dizer, que todo cuidado físico é muito importante, mas nada como se preparar psicologicamente e cultivar acima de tudo doses de humildade, carinho, simpatia que é a maior beleza que podemos ter, nossa beleza interior.

Por que quer ser Garota Verão?
Adrieli: O Garota Verão é um grande sonho, e ter a oportunidade de levar meu município para a final em Capão da Canoa é um dos meus objetivos. Além disso, o concurso abre muitas portas para o mundo da moda e publicidade. Quero aproveitar ao máximo e fazer meu melhor para realizar meus objetivos futuros.

Amigos e familiares já estão na torcida?
Adrieli: Haverá um ônibus que levará a torcida para Igrejinha, nesta quinta-feira, disponibilizado gratuitamente pela prefeitura municipal, que está me proporcionando total apoio. O transporte está quase lotado, e a torcida será grande e já está bem preparada com muitos balões, banners, apitos e muito barulho, estou contando com o apoio de minha família, amigos e todos da cidade. Há um grupo aberto e um evento no Facebook da organização (Torcida Garota Verão - Adri) quem quiser pode entrar e falar comigo por lá ou com a Jéssica Collet que está me ajudando a organizar, mas não possui muitas vagas disponíveis, mas todos que quiserem ir prestigiar o evento estarão sendo vendidos ingresso lá no local, no valor de R$ 15,00. Conto com o apoio de todos da cidade e estou muito feliz por representar Dois Irmãos.

11 de fev. de 2014

Já foram mais de 360 carteiras de trabalho em 2014

Com o início do novo ano, é natural que as pessoas façam novos planos. Algumas se planejam para adquirir um novo bem, fazer uma viagem ou, até mesmo, conseguir um novo emprego. Nesse último caso, englobam-se aqueles que estão correndo atrás de uma primeira oportunidade, jovens que acabam de completar 14 anos. Nesse processo, é fundamental saber que, ao seu lado, eles têm uma garantia de que seus direitos, como férias, aposentadoria e 13º, vão estar assegurados através da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).
Em Dois Irmãos, o documento é confeccionado no mesmo espaço onde funciona a Junta de Serviço Militar do município, junto ao prédio da prefeitura. De acordo com a responsável pela confecção das carteiras no local, Angelina Ritter, desde o início desse ano mais de 360 documentos desse tipo já foram confeccionados. “Apenas num dia foram feitas mais de 50. Agora já está mais calmo, temos realizado uma média de 10 documentos por dia”, destaca ela. 
Apesar de não haver uma triagem específica contabilizando quantas carteiras representam primeira ou segunda via, Angelina estima que dessas 360, cerca de 160 pessoas fizeram o documento pela primeira vez em Dois Irmãos. “Acredito que esse grande número esteja relacionado, principalmente, ao fato de, na época, estarem abertas as inscrições para o Programa Jovem Aprendiz”, completa a funcionária.


10 de fev. de 2014

Você fala hunsrik ou alemão?

Xprëche sii Hunsrik Xprooch oder deutsch?


Solange com os livros publicados pelo Projeto Hunsrik








Baumschneiss, Reutersberg e Teewald, estes nomes em alemão são os diferenciais destas três cidades, Dois Irmãos, Morro Reuter e Santa Maria do Herval, respectivamente. Na verdade, o diferencial é que muitas pessoas ainda cultivam a língua trazida pelos imigrantes germânicos vindos em meados de 1800 para a região. A língua Hunsrik é a herança de muitos antepassados e tão importante quanto outra língua. Prova disso, é que foi transformada em Patrimônio Histórico e Cultural do Rio Grande do Sul, em 2012.

Foi pensando justamente na importância da preservação desse idioma que, em 2003, teve início o projeto de pesquisa Hunsrik, que começou a ser desenvolvido em Santa Maria do Herval. O objetivo era criar um código de escrita para a língua e também preservar a cultura e o idioma junto às crianças e suas famílias, assim como nas comunidades de falantes da língua. As pesquisas do Projeto Hunsrik ocorrem no Museu Municipal de Santa Maria do Herval. De acordo com umas das idealizadoras do projeto, Solange Maria Hamester Johann, o hunsrik é uma língua que vem se renovando e sua a valorização é visível. “Tem fanpage (Plôs Tum Háide), com mais de 10.000 seguidores, programas de rádios em várias regiões do país, assim como o Projeto Hunsrik, que tem um comentário semanal na Rede AHAI de Rádios, distribuído para 26 emissoras de rádio em 4 estados (RS,SC,PR e ES)”, afirma Solange, ao destacar que esses são apenas alguns exemplos que reforçam que os jovens estão “tomando posse de sua língua mãe”, apropriando-se de sua cultura e valorizando-a.
“A batalha é grande para incluir o idioma no currículo dos alunos de pré ao 5º ano, nos municípios em que há falantes, não concorrendo, assim, com o aprendizado do inglês e do alemão, que é feito a partir do 6º ano”, completa Solange.

Página do livro Hunsrück-Sprüche
Hunsrik é a segunda língua mais falada no Brasil
Muitas pessoas falam que o dialeto é indecifrável para brasileiros e alemães. Mas segundo Solange, isso é preconceito linguístico. “Mais de 3 milhões de brasileiros falam o Hunsrik. Nós somos a 2ª língua mais falada no Brasil”, diz ela.“Viajamos com um grande grupo aqui da cidade para o Hunsrück e Sul da Alemanha. No Hunsrück parecia que estávamos em casa, falando com os vizinhos. As pessoas de lá choravam de emoção ao nos ouvirem falar. No sul, precisávamos ajustar apenas algumas palavras para nos entendermos perfeitamente ”,conta a pesquisadora, relatando que muitas pessoas não queriam acreditar que eles eram brasileiros.

Livro Hunsrück-Sprüche é uma coletânea
de versos, rimas e ditados em Hunsrück
Hunsrück-Sprüche
A ideia de traduzir o livro Hunsrück-Sprüche, da autora Berti Weber, surgiu em meados de 2011, quando Solange recebeu a visita dos professores e linguistas Edmund Wild e da esposa, da Alemanha, que vieram especialmente para conhecer o Projeto Hunsrik, acompanhados do professor Osvino Toillier. O casal de linguistas ficou tão encantado pelo projeto, que tão logo chegaram de volta à Alemanha, e enviaram o livro de Berti. “Assim que recebemos o livro original já digitalizado, transcrito para o Hunsrück da Alemanha 
e para o alemão padrão por Wild, vislumbramos a possibilidade de publicá-lo aqui, com o nosso código de escrita. Os trâmites legais e o trabalho de tradução levaram quase um ano”, relata ela, ao relembrar que a edição brasileira foi lançada em 2012. Com 80 páginas, o livro é uma coletânea de versos, rimas e ditados em Hunsrück, publicado por Berti em 1931, que, no início do século XX, percorreu a região de Kreuznach, no Hunsrück, conversando com as pessoas, para coletar pérolas da cultura Hunsrück.“Muitos desses versos foram reconhecidos por pessoas daqui do Estado, o que prova nossa forte ligação cultural com o Hunsrück, na Europa”,completa Solange. O livro já foi traduzido para 15 línguas.

DE OLHO NAS RUAS






Placas de sinalização são os principais alvos de vândalos na cidade. No bairro Navegantes, por exemplo, não passe da ponte sem ler a placa. O ponto no “i” talvez não faça tanta diferença, mas sem o “i” pode ser mal educado


Na BR-116, no Travessão, nem as placas de sinalização de trânsito foram poupadas de serem pichadas pelos vândalos

Falta de educação ou de alfabetização no São João?

Em outros pontos da BR-116, o capim está tomando conta