Na manhã desta quarta-feira, dia 4, peritos do Instituto Geral de Perícias de Porto Alegre estiveram em Dois Irmãos para fazer a exumação do corpo de Jones Alves da Silva, 31 anos, que faleceu no último dia 17 de outubro, em uma das salas de atendimento do Posto 24h. A remoção do corpo ocorreu por volta das 9h30, no Cemitério Municipal.
A exumação foi solicitada pela Delegacia de Polícia Civil de Dois Irmãos, que investiga o caso da morte de Jones, e tem como objetivo descobrir a causa da morte, que na certidão de óbito consta como “causa ignorada”. De acordo com o escrivão Tárcio Santos de Lima, a análise segue no Instituto Geral de Perícias de Novo Hamburgo, e deve ser concluída ainda esta semana, porém, não há previsão de quando o laudo deve ser entregue à Delegacia de Polícia. “Fizemos a mesma pergunta, mas eles disseram que não há previsão. Assim que recebermos o laudo, vamos avaliar e concluir o inquérito”, destaca ele.
O trabalho de remoção foi acompanhado por policiais civis de Dois Irmãos e pelo advogado da família, Paulo Reis.
Relembre o caso
No dia 15 de outubro, o Jornal Dois Irmãos foi até o Posto 24h depois de receber a denúncia de que um homem estaria morrendo no local. Chegando lá, a redação se deparou com uma senhora, a mãe de Jones, dona Erondina da Silva, de 60 anos. Ela contou que o filho estava passando mal há mais de um mês, e que, até aquele dia (15 de outubro), teria procurado atendimento no Posto 24h pelo menos 20 vezes. Disse que ele tinha passado por uma série de exames, inclusive tomografia, mas que os médicos não souberam informar o que ele tinha. Dona Erondina assumiu que o filho já tinha sido usuário de drogas, mas que havia se recuperado.
Jones Alves da Silva morreu dois dias depois, no dia 17 de outubro, em uma das salas de atendimento do Posto 24h, já por volta das 23h. Para os familiares, o drama vivido por eles acabou de forma trágica e desumana. Jones seguiu passando mal durante toda aquela semana, e na quinta, dia que veio a óbito, chegou ao Posto por volta das 19h. De acordo com a família, um médico e uma enfermeira teriam se negado a atender Jones. Mais tarde, um médico atendeu Jones, porém, ele morreu horas depois. O caso foi parar na polícia no dia 23 de outubro. A mãe, Erondina, registrou ocorrência contra o médico que teria negado atendimento. A partir daí, diversas pessoas foram ouvidas, entre elas, a mãe, uma irmã, o médico e a enfermeira acusados de negar atendimento, vizinhos que levaram Jones ao Posto no dia em que ele morreu, e ainda duas profissionais do Centro de Assistência Psicossocial (CAPS).
No dia 24 de outubro, a delegacia encaminhou uma solicitação de exumação do corpo ao Fórum de Dois Irmãos, e a mesma foi deferida pela juíza Ângela Roberta Paps Dumerque já no dia 4 de novembro. No dia 6, um ofício foi encaminhado ao Instituto Geral de Perícias de Novo Hamburgo, que fez contato com o Instituto Geral de Perícias da Capital. A confirmação da exumação foi divulgada no final da tarde de ontem, dia 3 de dezembro.
