Na manhã desta sexta-feira, dia 6, por
volta das 8h30, bandidos fortemente armados assaltaram a agência da Sicredi
Pioneira, no Centro de Morro Reuter. De acordo com as primeiras informações,
eles levaram uma quantia em dinheiro não divulgada de um dos caixas
eletrônicos. A informação exata do que foi levado será revelada apenas após a
realização da perícia, que seria feita ainda na tarde desta sexta-feira.
Apesar de a invasão na agência ter acontecido apenas na manhã de hoje,
a execução do assalto iniciou já na noite desta quinta-feira, dia 5. Às 20h de
ontem, dois bandidos armados invadiram a casa do vigilante da agência, na
localidade de Walachai, em Morro reuter. Renderam o vigia, de 51 anos, a
esposa, de 37 anos, e a enteada do vigia, de 17 anos. Os três ficaram por mais
de 12 horas sob a mira das armas e da fúria dos bandidos. De acordo com uma das
vítimas, eles usavam armas na cintura e ainda seguravam armas nas mãos. No
decorrer do assalto, um terceiro indivíduo da quadrilha chegou na residência.
“Nos colocaram no quarto”, conta uma das vítimas. Um dos reféns relatou ainda
que os bandidos teriam jantado na residência. A noite de terror parecia não ter
fim. “Enquanto um dormia, os outros dois nos vigiavam”, conta uma vítima.
Já na manhã de hoje, por volta das 6h10, mãe e filha foram levadas por
dois dos assaltantes no carro da família até as proximidades do Café Colonial
Walachay, onde foram colocadas em um Focus Prata, onde dois outros bandidos da
quadrilha já aguardavam. Dali por diante, a ação se intensificou e o plano do
assalto seguia ao seu destino final, a agência da Sicredi. Mãe e filha foram
levadas a uma estrada de difícil acesso, que segundo a Brigada Militar, dá
acesso a Batatenthal e fica também próximo ao Morro da Embratel. As duas
ficaram sob a vigia de um dos assaltantes, no meio do mato. Enquanto isso, os
dois indivíduos que estavam no carro da família, retornavam à residência, onde
o pai ainda estava sob a mira de outro assaltante.
Quadrilha
controlou horários do vigilante
A quadrilha seguiu os
horários de rotina do vigilante e pouco antes das 8h, saíram com ele em direção
ao banco. De acordo com as informações, o vigilante teve que abrir a agência
normalmente, como se nada estivesse acontecendo. Depois dele, outros
funcionários da agência teriam entrado, foi quando dois dos assaltantes também
foram vistos entrando. Um dos homens estava de terno preto e usava um óculos de
sol no pescoço. Outro estava bem vestido, com jaqueta bege, de boné e luvas
pretas. O de terno teria entrado logo depois de um funcionário, e o outro teria
atravessado a rua de cabeça baixa e então entrado no local. Detalhe: isso era
por volta das 8h30, horário em que a agência ainda está fechada para os
clientes, e os dois entraram pela porta que dá acesso direto ao interior da
agência, e não aos caixas eletrônicos.
Bandidos queriam roubar TRÊS CAIXAS E COFRE
Eles levantaram suspeita de pessoas que passavam no local. De
acordo com testemunhas, um Focus prata com placas de Porto Alegre estava
estacionado próximo da agência. A Brigada Militar foi acionada para verificar
a placa suspeita. “Recebemos a ligação e fomos conferir a placa, que não
batia. É uma placa clonada. Batia em outro veículo, de outra cor. Enquanto uma
viatura seguia ao local para verificar, os bandidos ouviram a comunicação
através dos rádios frequências da BM, e percebendo que seriam pegos, iniciaram
a fuga”, diz o tenente José Francisco Antônio Maria.
Ainda de acordo com ele, a
ideia dos bandidos era roubar o dinheiro dos três caixas eletrônicos e ainda do
cofre da agência. A ação deles teria durado de 10 a 15 minutos. “Felizmente
conseguimos frustrar a ação dos bandidos e salvar as vítimas. Talvez a ideia
deles fosse render os clientes que também entrariam na agência depois das 10h,
quando inicia o expediente externo”, completa ele. A ocorrência mobilizou as
brigadas militares de Dois Irmãos, Morro Reuter, Sapiranga e Presidente
Lucena.
Mãe e filha libertadas por volta das 10h
Os momentos de aflição de mãe e filha só acabaram por volta das
10h, quando elas finalmente conseguiram pedir socorro em uma chácara. De acordo
com elas, o bandido teria mandado que elas ficassem ainda 40 minutos no local e
só depois saíssem para pedir ajuda. Elas estavam com as mãos amarradas. As duas
tiveram que caminhar cerca de 500 metros até achar socorro.