Blog do Jornal Dois Irmãos


21 de nov. de 2014

Flávio Scholles e seus “Quadros que falam”

Artista lança livro repleto de imagens e reflexões sobre mais de 400 telas

O artista plástico Flávio Scholles, 64 anos, deixou tintas e pinceis de lado por algum tempo para criar “Quadros que falam”, livro com mais de 400 de suas obras, que será lançado na segunda-feira, dia 24, em Morro Reuter. E esta ainda é uma pequena parte do total da obra de Scholles, que ultrapassa os 10 mil quadros.
As imagens são acompanhadas por textos reflexivos, que tratam das referências do artista, de seu crescimento como profissional e da sua visão a respeito do Rio Grande do Sul, do Brasil e do mundo. A obra foi traduzida para quatro idiomas – russo, inglês, mandarim e alemão –, garantindo a ampla abrangência do projeto. A intenção é que a publicação contribua
para a valorização da produção artística brasileira. Além disso, será uma ferramenta que apresentará o país a partir do olhar de Scholles e que poderá ser levada a outros continentes. “No momento em que o Planeta Terra é uma Aldeia Global, o livro mostra os quadros que falam, que contém os primeiros sinais para uma comunicação no Universo, e mostram que o mundo racional está no fim”, adianta Scholles. “Começa agora uma nova inteligência e, consequentemente, um outro mundo, não racional”.
A edição do livro ficou a cargo da Um Cultural. “Temos certeza de que este trabalho contribui com a função da arte de ser inovadora, libertadora e contestadora”, ressalta Ralfe Cardoso, diretor da produtora e editora, acrescentando que o lançamento será a conclusão de mais uma etapa de um projeto que iniciou em 2012. Para democratizar o acesso à cultura, exemplares serão entregues gratuitamente para população de baixa renda. A obra é uma realização da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet, e da Cultural Assessoria, com patrocínio master da Mahle, patrocínio do Grupo Herval e da Corsan e coordenação editorial da Um Cultural.

Lançamento

O livro será lançado no Restaurante El Paradiso, cujo terreno Flávio costumava frequentar quando criança – as brincadeiras infantis lá, inclusive, deram origem à série Chicken Power. O evento está marcado para às 19h30 e o restaurante fica na VRS-873, km 08, número 440, em Morro Reuter. A obra estará à venda pelo valor de R$ 120,00.

Sobre o artista

Flávio Scholles é natural de Morro Reuter. Em quase 40 anos de trabalho, suas obras se espalharam por diversos cantos do país. Outras são, inclusive, apreciadas no exterior. Fazem parte de seu acervo mais de duas mil obras, expostas no Atelier em Morro Reuter. A realidade dos trabalhadores do Vale do Sinos é a principal temática do trabalho de Scholles, que se divide em quatro linhas: a colônia, o êxodo, a cidade e as origens. Em sua trajetória, participou de movimentos de interiorização da arte, como a Casa Velha, em 1977, e de inúmeras exposições, inclusive fora do Brasil.

Trechos da obra

1) “Para mim, a verdadeira poesia é a das pessoas que plantam flores ao lado das estradas, das vilas desta região. Sem esperar retorno. Só para enfeitar o planeta!”
[Sobre o quadro Plantando, de 2010]
2) “O artista é a materialização da vibração de um povo.”
[Sobre o quadro Projeto Vila Iguaçú, de 1995]
3) “Quando entra o agrotóxico na região (1950-1960), quem morre primeiro é o espantalho. Depois, o verme. Agora, nós.”
[Sobre o quadro O Espantalho Caído, de 1991]
4) “Eu, até hoje, nas coisas do coração, falo em dialeto.”
[Sobre o quadro A Justiça, de 1997]
5) “Os maiores artistas não são os maiores talentos: são os mais constantes.”
[Sobre o quadro Going Back, de 2006]

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