Blog do Jornal Dois Irmãos


3 de mar. de 2015

Dissídio dos servidores em debate na Câmara

Grande número de servidores públicos lotou a Câmara de Vereadores na noite desta segunda-feira para tratar do dissídio da categoria. Com cartazes e manifestações contundentes na tribuna, o grupo reivindica um reajuste de 10,42%, com aumento real de 4%. O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Bruno Rodriguez, disse que a luta está apenas começando e que outras ações estão programadas.
- Nosso salário está na UTI, estamos cansados de abraços e beijinhos. Em todos os setores se fala em greve. Hoje trabalhamos sob um regime de submissão e perseguição. Isso é inadmissível. Sem contar que nosso Plano de Carreira está na gaveta – afirmou Bruno. 
A oposição entrou na onda e não poupou a administração municipal.
- Não está havendo diálogo, falta capacidade de gestão neste governo que gasta mal. Agora só falta dizer que a culpa na questão dos salários é do governo passado. O Miguel (Schwengber) deu mais de 6% de aumento real. O Renato (Dexheimer), em quatro anos deu 1,87%; e agora a Tânia (da Silva), em dois anos, apenas 0,9% – comentou Márcio Goldschmidt (PT).
Jair Quilin (PDT) foi mais incisivo, atacando o secretário da Fazenda, Juarez Stein.
- A Tânia é da mesma administração que não conversava com os servidores. Vocês votaram na Tânia achando que votavam nela, mas acabaram votando na administração Juarez Stein. Está na hora dela começar a ser prefeita e abrir o diálogo com os servidores, mas deixando o Juarez de lado, ou não vai ter aumento nenhum – alfinetou o pedetista.
Sérgio Fink (PTB) lembrou que o cidadão brasileiro vem sendo penalizado por uma série de aumentos para sustentar a roubalheira em Brasília.
- O país está na UTI, o Estado está na UTI, muitos municípios já estão na UTI. Acho justo ter aumento real, mas dentro da realidade do município. Temos que ter cuidado para não politizar e pessoalizar essa questão. Antes de fazer greve, deixem a prefeita Tânia apresentar sua proposta. É preciso achar um equilíbrio entre o que vocês merecem e o que pode ser pago.
Por fim, acatando a sugestão do colega Márcio, o presidente da Câmara, Joracir Filipin (PT), prometeu trancar a votação de projetos a partir da próxima semana, caso a prefeita não negocie com a categoria. Os projetos de ontem ainda foram votados e aprovados. Após sua participação na sessão, os servidores foram colar seus cartazes na porta da prefeitura.


“É preciso cautela e pés no chão”, diz prefeita

A prefeita Tânia da Silva ainda não fez proposta aos servidores públicos. Ela afirmou que a administração está analisando os índices de inflação e a possibilidade de aumento real.
- Trabalhamos com três índices (IGP-M, INPC e IPCA) e tivemos que esperar fechar o mês de fevereiro para ter o índice real. A partir daí, veremos até que ponto nós podemos chegar, mas sempre com os pés no chão – disse Tânia.
Sobre a proposta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, que pleiteia reajuste de 10,42%, com 4% de aumento real, a prefeita foi taxativa:
- Não quero tirar o tesão de ninguém, mas já posso dizer que esse valor é impossível. Vemos muitos municípios com dificuldade para pagar salário, décimo terceiro e férias, e essa realidade não pode chegar a Dois Irmãos. Tudo precisa ser analisado com muita cautela – comentou.
Tânia disse que deve formular sua proposta até o final desta semana ou início da semana que vem, e então marcar uma reunião com o Sindicato dos Servidores.

- Ainda não temos uma ideia de aumento real. Quando tivermos uma proposta, vamos chamar a comissão representante para conversar – declarou a chefe do Poder Executivo.

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