Grande
número de servidores públicos lotou a Câmara de Vereadores na noite desta
segunda-feira para tratar do dissídio da categoria. Com cartazes e
manifestações contundentes na tribuna, o grupo reivindica um reajuste de
10,42%, com aumento real de 4%. O presidente do Sindicato dos Servidores
Públicos Municipais, Bruno Rodriguez, disse que a luta está apenas começando e
que outras ações estão programadas.
-
Nosso salário está na UTI, estamos cansados de abraços e beijinhos. Em todos os
setores se fala em greve. Hoje trabalhamos sob um regime de submissão e
perseguição. Isso é inadmissível. Sem contar que nosso Plano de Carreira está
na gaveta – afirmou Bruno.
A
oposição entrou na onda e não poupou a administração municipal.
-
Não está havendo diálogo, falta capacidade de gestão neste governo que gasta
mal. Agora só falta dizer que a culpa na questão dos salários é do governo
passado. O Miguel (Schwengber) deu mais de 6% de aumento real. O Renato (Dexheimer),
em quatro anos deu 1,87%; e agora a Tânia (da Silva), em dois anos, apenas 0,9%
– comentou Márcio Goldschmidt (PT).
Jair
Quilin (PDT) foi mais incisivo, atacando o secretário da Fazenda, Juarez Stein.
- A Tânia é da
mesma administração que não conversava com os servidores. Vocês votaram na
Tânia achando que votavam nela, mas acabaram votando na administração Juarez
Stein. Está na hora dela começar a ser prefeita e abrir o diálogo com os
servidores, mas deixando o Juarez de lado, ou não vai ter aumento nenhum – alfinetou o
pedetista.
Sérgio
Fink (PTB) lembrou que o cidadão brasileiro vem sendo penalizado por uma série
de aumentos para sustentar a roubalheira em Brasília.
- O país está na
UTI, o Estado está na UTI, muitos municípios já estão na UTI. Acho justo ter
aumento real, mas dentro da realidade do município. Temos que ter cuidado para
não politizar e pessoalizar essa questão. Antes de fazer greve, deixem a
prefeita Tânia apresentar sua proposta. É preciso achar um equilíbrio entre o
que vocês merecem e o que pode ser pago.
Por
fim, acatando a sugestão do colega Márcio, o presidente da Câmara, Joracir
Filipin (PT), prometeu trancar a votação de projetos a partir da próxima
semana, caso a prefeita não negocie com a categoria. Os projetos de ontem ainda
foram votados e aprovados. Após sua participação na sessão, os servidores foram
colar seus cartazes na porta da prefeitura.
“É preciso cautela e pés no chão”, diz prefeita
A
prefeita Tânia da Silva ainda não fez proposta aos servidores públicos. Ela afirmou
que a administração está analisando os índices de inflação e a possibilidade de
aumento real.
- Trabalhamos com
três índices (IGP-M, INPC e IPCA) e tivemos que esperar fechar o mês de
fevereiro para ter o índice real. A partir daí, veremos até que ponto nós
podemos chegar, mas sempre com os pés no chão – disse Tânia.
Sobre
a proposta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, que pleiteia
reajuste de 10,42%, com 4% de aumento real, a prefeita foi taxativa:
- Não quero tirar o
tesão de ninguém, mas já posso dizer que esse valor é impossível. Vemos muitos
municípios com dificuldade para pagar salário, décimo terceiro e férias, e essa
realidade não pode chegar a Dois Irmãos. Tudo precisa ser analisado com muita
cautela –
comentou.
Tânia
disse que deve formular sua proposta até o final desta semana ou início da
semana que vem, e então marcar uma reunião com o Sindicato dos Servidores.
- Ainda não temos
uma ideia de aumento real. Quando tivermos uma proposta, vamos chamar a
comissão representante para conversar – declarou a chefe do Poder Executivo.
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