Blog do Jornal Dois Irmãos


12 de jan. de 2015

Inflação fechou em 6,41% em 2014

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou dezembro com alta de 0,78%, ante uma variação de 0,51% em novembro, informou na sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de uma taxa de 0,72% a 0,86%, e em linha com a mediana (0,78%).
Como resultado, o IPCA fechou o ano de 2014 em 6,41%, abaixo do teto da meta estipulada pelo governo federal, que era de 6,5%. As previsões dos analistas eram de uma taxa entre 6,34% e 6,50%, com mediana justamente em 6,41%. Em várias cidades do país, porém, a meta estourou. Caso de Belém (6,59%), Curitiba (6,66%), Campo Grande (6,77%), Porto Alegre (6,77%), Goiânia (7,20%) e Rio de Janeiro (7,60%).

Carne subiu 22,21%

Os aumentos no preço das carnes foi, individualmente, o item que teve maior impacto na inflação. No ano, as carnes tiveram aumento de preços de 22,21%, bem acima da inflação registrada pelo produto em 2013 (4,57%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outros itens que tiveram impacto importante na taxa de inflação em 2014 foram os empregados domésticos (10,54%), os aluguéis residenciais (9,35%), os planos de saúde (9,44%) e os cursos regulares (8,87%). A energia elétrica, que tinha caído 15,6% em 2013, subiu 17% em 2014 - reflexo da seca no país, que provocou altos reajustes nas contas. A energia deve continuar pesando agora em 2015.
- Essa questão da seca ainda não foi resolvida, os reservatórios continuam muito baixos, o custo da produção de energia elétrica continua bastante alto. Essa vai ser a tarifa que vai ter o maior reajuste. Em segundo lugar, transporte urbano, pedágio e aí outras tarifas públicas que todo ano reajustam - explica Tatiana Pinheiro, economista do banco Santander.


Thaís Moscato
22 anos, comerciante
“As carnes e as gasolina foram preços que, na minha opinião, subiram muito. Faço compras há mais de seis anos e é inevitável, todo ano os preços em geral ficam mais altos. Minha mãe tem uma padaria e notamos a partir de lá o quanto os valores mudaram. Para amenizar, procuro sempre pesquisar valores e comprar em promoções e em grandes quantidades, vale a pena e faz a diferença na conta final”.

Alice Weber Giehl
49 anos, dona de casa
“Notei um aumento geral dos valores na hora das compras. Até comentei com meu marido de como o preço das frutas, verduras e carnes havia subido nos últimos meses. Sou dona de casa e faço compras há 30 anos, sempre prezei pela qualidade e nunca fui de pesquisar preços, mas ultimamente tenho tomado alguns cuidados, como por exemplo, quando a carne vermelha está muito cara, procuro comprar frango, pois é saudável e o valor é mais em conta”.


Passagens aéreas

Com as viagens de férias, os preços das passagens aéreas decolaram em dezembro (alta de 42,53%). Em Dois Irmãos, porém, a agência de viagens Rota Brasil não percebeu recuo por parte dos clientes nas viagens nacionais, segundo seu proprietário.
- Não afetou tanto, pois existem inúmeras operadoras e a concorrência é muito grande na questão de preços. O que mais afeta é a alta do dólar, para as viagens internacionais, que fez alguns clientes adiarem a tão sonhada viagem. O que mais /me preocupa é a instabilidade da economia em 2015 - afirmou Marco Alles, 51 anos.
Transportes (alta de 1,38%) também pressionaram a inflação, que chegou a 0,78% em dezembro, bem acima da alta de novembro (0,51%).

Meta de 4,5% em 2016. Será?

No resultado fechado do ano, os gastos com habitação (alta de 8,80%) e alimentos (alta de 8,03%) foram, definitivamente, os que mais impactaram na inflação, porque têm mais peso no índice. Em nota, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, declarou que a instituição fará o necessário para que a inflação entre em 2015 em longo período de declínio, para chegar à meta de 4,5% em 2016. Será que ainda dá para acreditar?

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