Blog do Jornal Dois Irmãos


10 de dez. de 2013

A Câmara de Vereadores teve uma noite longa nesta segunda-feira.

 A sessão começou perto das 19h, com a visita do coral do Clube Reviver, que prestou uma homenagem de final de ano ao Poder Legislativo. Em seguida, aconteceu a entrega do título de Cidadão Honorário de Dois Irmãos ao empresário Herberto Kuntzler (ver abaixo), um dos precursores da indústria calçadista no município. A última sessão, de fato, só começou pouco antes das 20h. 
Na tribuna, os discursos se estenderam por quase duas horas. Após o intervalo, os vereadores aprovaram mais 16 projetos encaminhados pelo Poder Executivo, entre eles, o 244/2013, que estima em quase R$ 67 milhões o Orçamento Municipal de 2014. Já passava das 22h quando a sessão foi suspensa para apresentação das chapas à presidência. Do lado da oposição, o ritmo era frenético. Vereadores de PT e PDT não paravam de subir e descer as escadas de acesso à área administrativa da Câmara, num indício de que o acordo não estava totalmente selado. O ex-vice-prefeito Mauro Rosso e o ex-secretário de Administração Paulo Brachtvogel – que estava, inclusive, com o filho pequeno dormindo nos seus braços – acompanhavam tudo de perto. 
De repente, Jailton Proença, Joracir Filipin e Márcio Goldschmidt subiram à procura de Léo Büttenbender, que havia saído da Câmara. Lá fora, pediram para ele voltar. O vereador do PT parecia descontente com alguma definição na chapa. Em determinado momento, ouviu-se Jailton dizendo “a gente pode negociar isso”. Léo acabou voltando e, quando perguntado, se estava mesmo indo embora, mostrou a chave do carro. Depois de mais alguns minutos de reunião a portas fechadas, Léo voltou ao plenário visivelmente desapontado, mas ficou na sessão. Questionado sobre os motivos da insatisfação, disse apenas que estava “tudo certo”.

ELOGIOS AO PRESIDENTE
Pelo lado da situação, os vereadores de PMDB, PP e PTB não tinham o que fazer, a não ser esperar a definição da oposição. Antes da votação, o atual presidente Jair Quilin foi paparicado pelos dois lados. Jailton Proença rasgou elogios ao companheiro de partido:
Situação confiou no acordo com
Jair Quilin, mas ele votou no PDT
- O PDT sentiu-se orgulhoso com o Jair. Ele transmitiu segurança e conduziu a Câmara de maneira brilhante e democrática. Está claro que o trabalho foi bem feito.
Sérgio Fink endossou as palavras de Jailton, mas cutucou a oposição:
- Pena que vocês, mesmo sendo maioria, não sabiam das qualidades do Jair antes. Nós, mesmo em minoria, sabíamos disso e acreditamos nele – comentou Sérgio.
Na apresentação das chapas, ele voltou a destacar a confiança no presidente:
- Apesar das especulações, sempre confiei plenamente no acordo. A seu pedido, fizemos por escrito, mas eu disse que o que vale é a tua palavra. Acredito na pessoa, e o senhor é um homem que merece confiança. Antes, eles só falavam no governo do Miguel, mas nos últimos dias o PDT voltou a ser valorizado pelo PT. O que a gente vê hoje é uma polarização, e quem sabe não surge uma aliança trabalhista daqui a três anos. É bom lembrar que quem lhe deu esta oportunidade foi a situação – afirmou Sérgio.
O petista Joracir Filipin defendeu a chapa da oposição e também elogiou a postura de Jair Quilin:
- Nós, do PT e do PDT, tivemos um governo vitorioso. Não é agora que as palavras do Sérgio vão nos ludibriar para outro caminho. O senhor soube conduzir esta casa.
Na hora de votar, Jair ficou ao lado do seu partido, ajudando a eleger Jailton Proença e rompendo o acordo que tinha com a situação. Sérgio lamentou:
- Até compreendo votar no candidato do seu partido. Mas quando eles tiveram oportunidade de elegê-lo presidente, não acreditaram na sua capacidade.
Joracir voltou à tribuna para alfinetar o colega:
- Se fosse por acordo, o Sérgio também teria que ter votado na Eliane na eleição de 2010 - disparou ele.

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