Blog do Jornal Dois Irmãos


28 de fev. de 2014

A Copa é uma boa?

A previsão inicial de gastos era de R$ 17 bilhões. Em junho último, o Grupo Executivo da Copa do Mundo (Gecopa) atualizou o total para R$ 28 bilhões e anteviu um acréscimo de ao menos R$ 5 bilhões até a bola rolar – um total de R$ 33 bilhões. Dessa quantia, a União será responsável por 85,5%, e o setor privado por 14,5% – cerca de R$ 4,7 bilhões.


Uma bola dividida no país

O suíço Joseph Blatter, presidente da Fifa, estava desconfiado desde o início. No dia 30 de outubro de 2007, ao anunciar o Brasil como sede da Copa de 2014, ele disse: “O Comitê Executivo decidiu, unanimemente, dar a responsabilidade, não apenas o direito, mas a responsabilidade de organizar a Copa de 2014 ao Brasil”. Responsabilidade. A palavra nunca aparecera em anúncios anteriores. “A Copa do Mundo de 2010 será organizada na África do Sul”, disse Blatter ao abrir o envelope em maio de 2004. “O vencedor é a Alemanha”, afirmou, em julho de 2000. Para 2014, não houve disputa. A Fifa criara um rodízio entre continentes, hoje abandonado, e era a vez da América do Sul. Como único candidato, o Brasil recebeu a Copa com pouco esforço – e Blatter quis dizer, para o mundo ouvir, que os brasileiros tinham obrigação de realizar um bom trabalho. Semanas atrás, ele afirmou: “O Brasil é o país com mais atrasos desde que estou na Fifa”.
A impaciência parece justificada. Blatter lembrou que o Brasil foi o único a ter sete anos para organizar a Copa do Mundo. A Alemanha e a África do Sul tiveram seis. A Fifa também não queria uma Copa tão complexa como a que o Brasil decidiu organizar. Preferia um torneio com dez cidades sedes, como fez a África do Sul. Em 1994, os Estados Unidos fizeram sua Copa em nove cidades. O governo brasileiro insistiu em realizar um Mundial com 12 sedes – mesmo número da Alemanha em 2006 –, com logística mais complexa e gastos mais vultosos. Nos últimos anos, o custo do Mundial subiu de forma escandalosa. A previsão inicial de gastos era de R$ 17 bilhões. Em junho último, o Grupo Executivo da Copa do Mundo (Gecopa) atualizou o total para R$ 28 bilhões e anteviu um acréscimo de ao menos R$ 5 bilhões até a bola rolar – um total de R$ 33 bilhões. Dessa quantia, a União será responsável por 85,5%, e o setor privado por 14,5% – cerca de R$ 4,7 bilhões. Em 2007, em Zurique, o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmara: “Tudo será bancado pela iniciativa privada”.
A apenas quatro meses do início do Mundial, as cidades brasileiras deveriam estar coloridas com as cores do Mundial. Banners, bandeiras, Brazucas e Fulecos gigantes deveriam já alimentar um clima festivo no país. Em vez disso, o Brasil segue tomado pela dúvida sobre sua capacidade de organizar a Copa de forma satisfatória. Na semana passada, as inquietações foram estampadas na capa da tradicional revista francesa France Football, com a manchete “Medo sobre o Mundial”. Para a publicação, a Copa tornou-se uma “fonte de angústia”. A presidente Dilma Rousseff repete que o Brasil fará “a Copa das Copas”. Apesar das dificuldades, isso ainda é possível. Poucos países desejaram tanto receber o Mundial de futebol quanto o Brasil, e os ingredientes necessários para uma competição profissional, cativante e histórica continuam presentes. Para realizá-la, será preciso superar as várias ameaças e desafios que cresceram nos últimos anos. (Fonte: Revista Época)

O que eles têm a dizer
O Jornal Dois Irmãos ouviu autoridades políticas, religiosas, militares e do futebol para saber o que elas pensam a respeito da realização da Copa do Mundo no Brasil.

---Tânia da Silva, Prefeita de Dois Irmãos
“A Copa do Mundo é um fato, está conosco, não tem como voltar atrás. Traz visibilidade para o país, e espero que traga desenvolvimento para nossas cidades, para todo o nosso país. Tenho boas expectativas. Claro que o foco principal é o futebol, mas em um evento de grande proporção como este, sempre existe a troca de cultura, de informações com todas as nações envolvidas”. 

Jerri Meneghetti, Vice-prefeito de Dois Irmãos---------
“É um evento muito importante para um país, para o desenvolvimento, turismo e para torna-lo conhecido lá fora. Mas, o Brasil não está preparado. Deveria esperar uns 10 anos para se adequar, melhorar questões como mobilidade urbana, saúde, rodovias, estádios, acessos aos estádios. As obras estão sendo realizados de um modo muito rápido, e tudo que se faz a curto prazo corre riscos. Acho que o Brasil deveria se preparar melhor, inclusive, nos aeroportos. Podia esperar um pouco”. 

----Adair Bohn, Prefeito de Morro Reuter
“É um grande evento. Traz turistas de outras partes do mundo para conhecerem nossas cidades. Por outro lado, ouvimos muitas pessoas questionando sobre a capacidade de o Brasil realizar uma Copa do Mundo. Será, sem dúvida, um grande desafio”. 

Padre Dirceu Ritter, 
Pároco da Paróquia São Miguel-----------------
“É uma coisa boa, que vai trazer benefícios e mais cultura ao Brasil. É uma forma ótima de integrar pessoas de todo o mundo, já que o futebol é uma linguagem mundial. Um evento como a Copa do Mundo tem a finalidade de unir os países. Além de tudo, nós, brasileiros, somos assim, unidos e hospitaleiros”. 


Leia mais na edição impressa do jornal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário