Blog do Jornal Dois Irmãos


28 de abr. de 2014

Morro Reuter é uma das 10 cidades mais igualitárias do Brasil

O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. A constatação é do índice de Gini, produzido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o mais famoso indicador para medir distribuição de renda, igual da Noruega.
No entanto, o Brasil tem registrado avanços nos últimos anos para diminuir sua desigualdade, mas o abismo entre os ricos e pobres ainda é gritante. Algumas cidades do país, todavia, contam com distribuição de renda mais equitativa do que as demais. Por exemplo: entre os 4,5 mil moradores de São José do Hortêncio, no Rio Grande do Sul, não será possível encontrar nenhum bilionário ou multimilionário como aqueles que existem, em certa quantidade, em São Paulo. Mas tampouco será fácil localizar uma pessoa que não saiba ler e escrever: a taxa de analfabetismo, pouco maior que 1%, está entre as menores do Brasil.
Na prática, portanto, o índice nunca encosta nesses extremos, só que quanto mais perto de zero, melhor. O da Noruega, por exemplo, é de 0,25. Já o do Brasil é de 0,50. E praticamente todos os cidadãos, com mais ou menos renda, estudam em escola pública até o ensino médio - trata-se da única opção disponível. Este cenário de pouca desigualdade garantiu à pacata cidade, junto com a também diminuta Botuverá, em Santa Catarina, o título de mais igualitária do país. O ranking que pode ser visto a seguir é dominado por municípios do Sul e alguns poucos exemplares do Sudeste. “As cidades do Sul são menos desiguais em parte porque a população costuma ser mais educada, a desigualdade educacional costuma ser menor. São populações mais homogêneas”, afirma Rafael Osório, técnico do Ipea especialista em estudos de distribuição de renda. A desigualdade de renda é tida como um elemento que atrapalha a coesão social, impedindo que indivíduos – sejam mais ricos ou mais pobres – sintam-se parte da mesma sociedade.
Vale destacar que o índice varia de 0 a 1. Só alcançaria zero se todo mundo em um local pesquisado tivesse exatamente a mesma renda. E exatamente um, apenas se uma pessoa concentrasse todo o dinheiro da área em estudo.

CONFIRA O RANKING*

1º - São José do Hortêncio (RS)
2º - Botuverá (SC)
3º - Alto Feliz (RS)
4º - São Vendelino (RS)
5º - Vale Real (RS)
6º - Santa Maria do Herval (RS)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,30
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,39
População - 6.053 habitantes
Em Santa Maria do Herval, os 10% mais ricos
ganham 4,4 vezes mais que os 40% mais pobres.
No Brasil, são 22,7 vezes mais
7º - Campestre da Serra (RS)
8º - Tupandi (RS)
9º - Córrego Fundo (MG)
10º - Morro Reuter (RS)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,32
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,38
População - 5.676 habitantes
Em Morro Reuter, os 10% mais ricos
ganham 4,9 vezes mais que os 40% mais pobres.
No Brasil, são 22,7 vezes mais
* Índices da Organização para a Cooperaçãoe Desenvolvimento Econômico (OCDE)

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