A fotógrafa americana Jade Beall não se reconhecia depois do parto. Seu filho era uma graça – lindo, e saudável. Mas o corpo de Jade mudara. Ao contrário de algumas celebridades, como Kate Middleton, os quilos que Jade ganhara durante a gravidez não desapareceram de uma semana para a outra. Havia marcas em lugares novos, man-chas desconhecidas. Ela já não se reconhe-cia no espelho. Pior: sentia-se feia. Nos meses que se seguiram, Jade passou por uma severa depressão pós-parto, alimen-tada pelo sentimento de que ela era uma mãe ruim, ao sentir-se mal justo em um momento em que deveria estar radiante. Para lidar com seus sentimentos, Jade decidiu fotografar. Enfiou-se no estúdio e tirou um autorretrato. Publicou no seu blog a foto sem tratamento – Jade nua (literalmente), sem Photoshop. A resposta foi quase imediata: mulheres do mundo inteiro passaram a procurá-la para
ser fotografadas daquele jeito, franco e sem truques. Mostrando que a beleza de uma mulher, seja ela mãe ou não, muitas vezes foge do padrão defendido pelas fotos de revistas e imagens de TV. Muitas mulheres foram ao seu estúdio. Ou-tras enviaram fotos que elas próprias tiraram. A boa recepção estimulou Jade a criar o A Beautiful Body Project, um projeto fotográfico destinado a encontrar a beleza real: aquela que incluiu marcas e cicatrizes, aquela que se permi-te contar histórias deixadas na pele. Parcialmen-te financiado por crowdfunding, o projeto prevê uma série de livros e a criação de uma platafor-ma digital para as fotografias. O primeiro livro, Bodies of Mothers (algo como Corpos Maternos, em tradução livre) chega às livrarias no próximo domingo (11), Dia das Mães. Além das fotos, ele traz depoimentos das 80 mulheres fotografa-das. Muitas delas, como Jade, detestavam seus corpos. Aos poucos, aprenderam a apreciar as histórias contadas por cada marca.
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