Numa
sessão que durou cerca de três horas, os vereadores de Morro Reuter e o
prefeito Adair Bohn discutiram o futuro do Paradouro e outras questões como
saúde, esporte, finanças e obras, na noite desta terça-feira, na Câmara
Municipal.
Os
assuntos tomaram grandes proporções e a discussão chegou a ser calorosa em
vários momentos. O público presente, formado principalmente pelos funcionários
do Restaurante Paradouro e familiares de Wilson Reinheimer, atual administrador
do local, vaiou e chamou o prefeito de “mentiroso”. Com cartazes em mãos, ele
clamavam pelos seus empregos e pela abertura de uma nova licitação. Inúmeras
vezes o público interrompeu a fala do prefeito e o presidente da Câmara,
Wanderlei Behling, precisou pedir silêncio para continuar.
O
vereador Aurélio Fischborn (PMDB) foi o primeiro a questionar o chefe do Poder
Executivo. Ele perguntou sobre a possibilidade de aumentar o prazo para a
desocupação do Paradouro. Adair relembrou que o local foi ocupado por Wilson
Reinheimer em 2001 e nunca teve cobrança de aluguel, conforme concessão feita
naquela época. Ao responder a pergunta do vereador, o prefeito foi enfático:
“Fui perguntado há dois anos se prorrogaria a concessão e disse que não.
Emitimos uma notificação em 5 de dezembro de 2014 para informar que a concessão
terminaria este ano. A concessão está no nome de Mindo José Weber e ele não
quer prorrogar. Recebemos a visita do advogado do Wilson (Lucas Benedetti da Motta),
mas a chance foi ofertada através da licitação, que não teve nenhuma proposta.
Recebemos uma liminar para suspender a licitação, mas chegou atrasada. Alguém
pisou na bola, avisamos as pessoas interessadas através do edital. Se não
apareceram, é por relaxamento, descuido. Estou apenas cumprindo a lei”.
Para
Marcos Lang (PMDB), ninguém tem o direito de tirar o “ganha-pão” dos
funcionários e da família do administrador do Paradouro. “Fico triste se
realmente fechar o restaurante, pois tenho amigos e familiares que trabalham
lá”, comentou. O vereador Airton Bohn (PP) questionou o prefeito se o
restaurante, de fato, deixará de funcionar e se a prefeitura será transferida
para o prédio. “Não tenho nada pessoal, poderia ter pedido a desocupação sem
lançar edital e licitação. Nós concedemos a oportunidade, no entanto, não foi
aproveitada. O nosso plano A era continuar com o Restaurante Paradouro, mas com
a condição de recebermos aluguel de R$ 5 mil pelo espaço e reformas, já que
essas não estavam previstas. Com a transferência do Centro Administrativo para
o Paradouro, vamos economizar R$ 60 mil por ano. E o prédio da atual prefeitura
poderá virar um belo restaurante”, explicou Adair.
PEDIDO DE ACORDO
Lauri
Kaefer (PMDB) manifestou solidariedade com as pessoas que trabalham no
restaurante, e disse que cabe ao Executivo e ao administrador chegar a um
acordo. Carla Chamorro (PTB) não concorda com a mudança da sede da prefeitura.
“Devia ser aberta uma nova licitação para encontrar um empreendedor. Com esse
dinheiro, podemos continuar pagando o aluguel do atual prédio do Poder
Administrativo. Vale lembrar que o local (Paradouro) é de difícil acesso e é um
ponto turístico da nossa cidade, além de podermos usar o segundo pavimento para
pousada. O dinheiro da reforma do prédio poderia ser usado para a construção de
uma prefeitura no terreno localizado ao lado do pórtico da cidade”, disse ela.
O prefeito replicou, dizendo que tem absoluta certeza de esta é a melhor
alternativa, já que não compareceram interessados para concorrer na licitação.
VALOR DA REFORMA
Elaine
Capeletti (PDT) quis saber o motivo do alto valor calculado para a reforma do
Paradouro (R$ 160 mil). “Não houve vistoria da Vigilância Sanitária, já que
hoje alegam que tem até azulejos caídos nas paredes do restaurante?”, indagou a
vereadora. Adair disse que não foi visitar o local e prometeu verificar se a
Vigilância Sanitária foi omissa. “Sobre o valor da reforma, foi calculado pelo
setor da engenharia da prefeitura”, respondeu ele.
Wilson chama
prefeito Adair de “mentiroso” e “vingativo”
Wilson
Reinheimer, atual administrador do Paradouro, acompanhou a sessão. Em
determinado momento, ele interrompeu a fala do prefeito Adair, chamando-o de
“mentiroso” e “vingativo”. “O edital (de licitação) estava cheio de erros e foi
anulado. Não tínhamos por que participar da licitação de algo impugnado”,
gritou ele, sendo contido por algumas pessoas próximas. O presidente da Câmara,
Wanderlei Behling (SD), o Pitcha, interveio e sugeriu a Wilson agendar uma
reunião com o prefeito. Pela determinação do Executivo, o prédio deve ser
desocupado até segunda-feira, dia 15. A ideia é transferir a prefeitura até o
final do ano.
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