Blog do Jornal Dois Irmãos


10 de jun. de 2015

Acusações e vaias marcam noite do prefeito na Câmara do Morro


Numa sessão que durou cerca de três horas, os vereadores de Morro Reuter e o prefeito Adair Bohn discutiram o futuro do Paradouro e outras questões como saúde, esporte, finanças e obras, na noite desta terça-feira, na Câmara Municipal.
Os assuntos tomaram grandes proporções e a discussão chegou a ser calorosa em vários momentos. O público presente, formado principalmente pelos funcionários do Restaurante Paradouro e familiares de Wilson Reinheimer, atual administrador do local, vaiou e chamou o prefeito de “mentiroso”. Com cartazes em mãos, ele clamavam pelos seus empregos e pela abertura de uma nova licitação. Inúmeras vezes o público interrompeu a fala do prefeito e o presidente da Câmara, Wanderlei Behling, precisou pedir silêncio para continuar.
O vereador Aurélio Fischborn (PMDB) foi o primeiro a questionar o chefe do Poder Executivo. Ele perguntou sobre a possibilidade de aumentar o prazo para a desocupação do Paradouro. Adair relembrou que o local foi ocupado por Wilson Reinheimer em 2001 e nunca teve cobrança de aluguel, conforme concessão feita naquela época. Ao responder a pergunta do vereador, o prefeito foi enfático: “Fui perguntado há dois anos se prorrogaria a concessão e disse que não. Emitimos uma notificação em 5 de dezembro de 2014 para informar que a concessão terminaria este ano. A concessão está no nome de Mindo José Weber e ele não quer prorrogar. Recebemos a visita do advogado do Wilson (Lucas Benedetti da Motta), mas a chance foi ofertada através da licitação, que não teve nenhuma proposta. Recebemos uma liminar para suspender a licitação, mas chegou atrasada. Alguém pisou na bola, avisamos as pessoas interessadas através do edital. Se não apareceram, é por relaxamento, descuido. Estou apenas cumprindo a lei”.
Para Marcos Lang (PMDB), ninguém tem o direito de tirar o “ganha-pão” dos funcionários e da família do administrador do Paradouro. “Fico triste se realmente fechar o restaurante, pois tenho amigos e familiares que trabalham lá”, comentou. O vereador Airton Bohn (PP) questionou o prefeito se o restaurante, de fato, deixará de funcionar e se a prefeitura será transferida para o prédio. “Não tenho nada pessoal, poderia ter pedido a desocupação sem lançar edital e licitação. Nós concedemos a oportunidade, no entanto, não foi aproveitada. O nosso plano A era continuar com o Restaurante Paradouro, mas com a condição de recebermos aluguel de R$ 5 mil pelo espaço e reformas, já que essas não estavam previstas. Com a transferência do Centro Administrativo para o Paradouro, vamos economizar R$ 60 mil por ano. E o prédio da atual prefeitura poderá virar um belo restaurante”, explicou Adair.

PEDIDO DE ACORDO
Lauri Kaefer (PMDB) manifestou solidariedade com as pessoas que trabalham no restaurante, e disse que cabe ao Executivo e ao administrador chegar a um acordo. Carla Chamorro (PTB) não concorda com a mudança da sede da prefeitura. “Devia ser aberta uma nova licitação para encontrar um empreendedor. Com esse dinheiro, podemos continuar pagando o aluguel do atual prédio do Poder Administrativo. Vale lembrar que o local (Paradouro) é de difícil acesso e é um ponto turístico da nossa cidade, além de podermos usar o segundo pavimento para pousada. O dinheiro da reforma do prédio poderia ser usado para a construção de uma prefeitura no terreno localizado ao lado do pórtico da cidade”, disse ela. O prefeito replicou, dizendo que tem absoluta certeza de esta é a melhor alternativa, já que não compareceram interessados para concorrer na licitação.

VALOR DA REFORMA
Elaine Capeletti (PDT) quis saber o motivo do alto valor calculado para a reforma do Paradouro (R$ 160 mil). “Não houve vistoria da Vigilância Sanitária, já que hoje alegam que tem até azulejos caídos nas paredes do restaurante?”, indagou a vereadora. Adair disse que não foi visitar o local e prometeu verificar se a Vigilância Sanitária foi omissa. “Sobre o valor da reforma, foi calculado pelo setor da engenharia da prefeitura”, respondeu ele.

Wilson chama prefeito Adair de “mentiroso” e “vingativo”

Wilson Reinheimer, atual administrador do Paradouro, acompanhou a sessão. Em determinado momento, ele interrompeu a fala do prefeito Adair, chamando-o de “mentiroso” e “vingativo”. “O edital (de licitação) estava cheio de erros e foi anulado. Não tínhamos por que participar da licitação de algo impugnado”, gritou ele, sendo contido por algumas pessoas próximas. O presidente da Câmara, Wanderlei Behling (SD), o Pitcha, interveio e sugeriu a Wilson agendar uma reunião com o prefeito. Pela determinação do Executivo, o prédio deve ser desocupado até segunda-feira, dia 15. A ideia é transferir a prefeitura até o final do ano.

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