Quem
abandonou a escola no ensino médio está tendo a chance de estudar no Ensino
para Jovens e Adultos (EJA), implantado na escola estadual João Wagner, no
Centro de Morro Reuter. Em 2014, a escola passou a ofertar a modalidade de
ensino médio para jovens a partir de 18 anos que não haviam concluído o ensino
médio. Inúmeros são os motivos que levaram os jovens e adultos a abandonarem a
escola: os filhos, a família, o trabalho...
Segundo
a diretora, Sônia Feldmann, uma pesquisa socioantropológica lançada pela João
Wagner revelou que cerca de 60% dos pais dos estudantes da escola não haviam
concluído o ensino fundamental ou médio. “Com esses dados em mãos, percebemos a
necessidade de buscar o EJA para conclusão do ensino médio para a cidade.
Abrimos inscrições e logo tivemos muitos inscritos. Após inúmeras tentativas
com a Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul, conseguimos a autorização de
oferecer o EJA em outubro de 2014. Até a aprovação, os estudantes frequentavam
o ensino médio regular e politécnico”, conta Sônia.
A
vice-diretora, Márcia Johann, destaca que os estudantes são de Morro Reuter e
Dois Irmãos. A faixa etária varia dos 18 aos 49 anos. “Existe diferença apenas
no número de horas determinado para cada modalidade, ou seja, no ensino médio
regular são 3.000 horas de aula e no EJA, 1.200 horas. Mas a intensidade no
ensino e a paixão dos professores em ensinar é a mesma”, diz Márcia, destacando
que estes alunos valorizam o período em que estão na escola. “Enquanto muitos
jovens que estão no ensino médio torcem para não ter aula, os estudantes do EJA
vêm com total convicção de que estes conhecimentos farão toda a diferença na
sua vida pessoal e profissional”, acrescenta Márcia.
Sônia
acredita que a escola se torna referência para o município e região por ter conquistado
o EJA, além de destacar que o ensino médio é cada vez mais fundamental no
mercado de trabalho. “A sensação de ver muitos ex-alunos retornando para
concluir o ensino médio é gratificante, pois é frustrante para os professores
quando eles abandonam a sala de aula. Revê-los é uma esperança renovada”,
acrescenta Márcia.
A
diretora percebe que os alunos são bem integrados, uma grande diversidade de
ideias e novos horizontes se abriram neste período em sala de aula. “Uns já
conseguiram aprovação no vestibular, outros pensam em cursos técnicos ou em
participar de concursos públicos. Todos estão motivados a alcançar os seus
objetivos”, revela Sônia.
Os
estudantes frequentam a escola de segunda a quinta-feira, das 18h45 às 22h45.
Em 15 de agosto, 60 alunos divididos em duas turmas irão se formar. Em três
semestres, os estudantes concluem os três anos do ensino médio.
INSCRIÇÕES ABERTAS
Os
alunos interessados em concluir a modalidade do ensino médio pelo EJA já podem
se inscrever na escola (Rua Anita Garibaldi, 275, no Centro de Morro Reuter) ou
pelo telefone (51) 3569-1344. O interessado deve ser maior de 18 anos. As
matrículas devem ser feitas a partir do dia 10 de julho. Segundo a direção da
escola, já são 60 inscritos para o 1º ano do ensino médio e 30 para o 2º ano.
Nunca é tarde para voltar a estudar
Amanda
Steinhaus, 19 anos, reside em Dois Irmãos e retomou os estudos após ficar
quatro anos longe da escola. “Resolvi retomar os estudos pela oportunidade de
estudar em Morro Reuter e poder avançar no conhecimento. Quero ingressar numa
faculdade de Moda”, conta ela, que já trabalha como costureira.
O
colega Cássio Zimmer, 19 anos, de Morro Reuter, percebeu que precisava retomar
os estudos quando foi buscar uma nova profissão. “Fiz curso de Mecânico de Injeção
Eletrônica e, ao buscar emprego nas mecânicas, exigiram o ensino médio”,
ressalta ele, que hoje trabalha como carvoeiro, mas sonha em mudar de
profissão.
Com
o diploma em mãos em breve, Cássio pretende dar continuidade aos estudos. Ele
ainda não sabe se vai cursar um técnico ou uma faculdade de Gestão Financeira,
já que tem certa paixão pelos números. “O diferencial na turma do EJA é o
companheirismo dos colegas. Um ajuda o outro e todos estão na sala de aula para
buscar novos conhecimentos”, diz Cássio, que voltou para a sala de aula, após 2
anos parado.
Apenas o começo de um sonho
Laura
Eich Correa, 24 anos, trabalha como auxiliar de monitora em uma escola de
educação, mas sonha em ser pedagoga. “Foi esse sonho que me motivou a retomar,
além do incentivo do meu marido, da família e da cunhada, que hoje é minha
professora de espanhol”, conta ela.
E
o começo do sonho já está garantido: Laura foi aprovada no vestibular para o
curso de Pedagogia. Após a conclusão do ensino médio, no final de julho, ela já
ingressa na universidade.
Há
três anos afastada da escola, Daniela Rolim de Moura, 19 anos, percebeu que o
mercado de trabalho exige cada vez mais pessoas qualificadas e atualizadas. “Se
a gente não corre atrás de novos conhecimentos, acabamos ficando para trás no
mercado de trabalho. Quero prestar provas para concursos públicos e fazer um
técnico em enfermagem”, conta ela, que atualmente trabalha em uma indústria de
calçados.
Daniela
tem apoio da família e não se arrepende de ter tomado a decisão certa. “Além de
estar concluindo os meus estudos, já tive a oportunidade de ouvir em sala de
aula relato de profissionais do mercado de trabalho, e isso só nos motiva a
buscar mais conhecimentos”, conclui ela.
Oi com 16 anos tem como nos fazer eja Samos irmaos gemeos
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