Entre as telas da TV ou as do cinema, ela escolheu o teatro. “Para ser atriz não precisa ir para a Globo”, diz Thaís Backes Klein, de 22 anos, que escolheu dividir emoções mais de perto. De cima de um palco ou do dia a dia da rua. Escolheu dividir sentimentos de amor, ódio, raiva, tristeza, felicidade, gratidão, entre tantos outros. “Quando as pessoas assistem uma peça de teatro, elas esquecem do mundo lá fora. Esquecem dos problemas da vida real e passam a fazer parte da história que estão assistindo”, destaca ela, encantada com a aproximação do teatro e o público.
Natural de Dois Irmãos, ela é uma das atrizes que descobriu na profissão uma das suas maiores paixões. Desde 2012, é acadêmica de Teatro: Licenciatura pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) de Montenegro, e conclui a faculdade no início do próximo ano. Espontaneidade em pessoa, ela é direta quando eu pergunto se já pensou em fazer outra coisa. “Nunca tive outra opção”, diz ela, aos risos. “Nunca tive vergonha, faço amizade fácil e falo muito. Fazer o quê se eu puxei a minha mãe!”, diz ela, às gargalhadas, falando da mãe Leonida Backes.
O talento da dois-irmonense foi percebido cedo, já nas salas de aula da escola 10 de Setembro. “Quando estava na 2ª série participei da peça ‘A Menina do Sapatinho Vermelho’, com a professora Sandra Goulart. Foi ali que comecei a gostar de teatro, e as pessoas também diziam que eu levava jeito”, diz ela, que aos 14 anos começou a participar de oficinas na Companhia de Teatro Curto Arte, de Dois Irmãos. Foi ali que ela deu vida ao seu primeiro personagem, a Leofrida. “O personagem era minha mãe escrita”, diz ela. “A Leofrida me marcou muito. Era uma mulher inquieta, que sempre estava fazendo algo, meio atrapalhada, nervosa, que falava demais”, conta Thaís, lembrando com carinho de algo que, na verdade, nunca esqueceu. “Em cada personagem meu vai ter um pouco dela e um pouco da Thaís”, diz, reforçando ainda o envolvimento com cada um dos personagens que interpreta. “Tu sabe que está no personagem quando te olha no espelho e não te enxerga mais. Assim é comigo. Poderia ir para casa, conversar contigo, tudo sem sair do personagem”, diz Thaís.
Depois de três anos participando de oficinas, em 2010 a dois-irmonense entrou para a Tribu di Arteiros, grupo profissional de teatro do qual faz parte até hoje. Ela viajou com o grupo por todo o Rio Grande do Sul. Fez apresentações na Bahia e até no Uruguai. “Em 2008 ainda tentei fazer magistério, mas logo vi que não era pra mim”, brinca ela.
Foi a partir dali que a Thaís deu vida também à Táta, à Mejera Catarina, à Anastácia e à palhaça Pileca. “Não me vejo fazendo a princesinha. Me imagino sempre em personagens mais grotescos do teatro, como a madrasta malvada, a megera”, diz ela, aos risos.
A Thaís diretora
Este ano ela encarou um novo desafio: atuar como diretora de teatro. E deu certo. “Foi difícil, porque os atores dependem de ti, e tu precisa saber passar certinho o que quer que eles façam. Além da preocupação com os atores, tem texto, cenário, figurino, enfim tudo, mas valeu a pena. Gostei do resultado”, diz ela, destacando que se espelhou no trabalho de Rosmeri Lorenzon, colega da Tribu di Arteiros que é Graduada em Teatro pela UERGS. “Acompanhar o trabalho dela como diretora me ajudou muito. Ela me inspira”, completa Thaís.
A peça dirigida por Thaís é “A Vida que eu Pedi, Adeus”, de Sério Roveri. O espetáculo é uma comédia e foi apresentado pela primeira vez no dia 23 de junho deste ano, no Teatro Therezinha Petry Cardona, em Montenegro, em uma tarefa da disciplina de Prática de Encenação Teatral.
A próxima apresentação será em Dois Irmãos, neste sábado, dia 18, às 20h, no Teatro Adriano Schenkel. Ela não esconde a felicidade de poder apresentar seu trabalho na cidade que nasceu. “Para mim é sempre muito importante apresentar em Dois Irmãos. Saber que a tua família e os teus amigos estão na plateia nos deixa muito felizes”, diz ela.
Sobre a peça
Eurides e Armando são um casal autônomo que gerenciam vendedores e artistas de rua, porém os negócios vão de mal a pior e acabam vivendo uma crise financeira. Para melhorar de vida o casal resolve diversificar os negócios, mas o plano acaba dando errado, sendo assim o dinheiro nunca chega até as mãos da dupla e o que resta é a esperança de uma vida melhor.
A peça tem duração de 40 minutos e traz no elenco John Becker, Rosmeri Lorenzon e Raquel Backes. Não é permitida a entrada de menores de 12 anos. Os ingressos estão à venda a 10 reais e podem ser adquiridos no local.
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