Houve
discussão, mas tudo dentro da normalidade. Quem levantou o tema na tribuna foi
o vereador Márcio Goldschmidt (PT), fazendo um comparativo entre a atual
administração, da prefeita Tânia da Silva, e a gestão do ex-prefeito Miguel
Schwengber.
-
Em 2012, para atender 800 crianças, o município repassou R$ 2.250.000,00 e a
mensalidade era 130 reais. Em 2014, para atender cerca de 820 crianças, a
prefeitura repassou R$ 4.979.000,00 e a mensalidade era 160 reais. O mais grave
é que agora, em 2015, os pais terão que pagar 200 reais de mensalidade. É um
aumento de 25% de 2014 para 2015 – afirmou Márcio.
O
petista também fez uma comparação com o aumento recebido pelos sapateiros e
pelos servidores públicos, que ficou na casa de 21% somados os dissídios dos
últimos três anos.
-
Agora, só de um ano para outro, o aumento é de 25% na mensalidade. Se contar os
últimos dois anos, chega a 51%, e o repasse da prefeitura mais que dobrou. Mas
o pior de tudo é que na campanha, em 2012, a prefeita Tânia prometeu gratuidade
nas creches. Sugiro que os pais levem seus boletos para ela pagar, já que
prometeu creche de graça – disparou o vereador petista.
CONVOCAÇÃO DA FADI
Em
tom de ironia, Sérgio Fink (PTB) se disse preocupado com o que chamou de
“denúncia” e solicitou a convocação da diretora e da contadora da FADI para
prestar esclarecimentos.
-
A FADI é uma entidade privada sem fins lucrativos. Se a prefeitura tivesse que
assumir as creches, custaria três vezes mais. O curioso é que as pessoas que
administram a FADI são as mesmas da administração anterior. Não acredito que
haja problemas – comentou o petebista.
Para
Jair Quilin (PDT), a responsabilidade sobre o aumento não é só da FADI, mas
também da prefeita.
-
Temos que fazer uma varredura, esse assunto deve ser visto de perto pelos
vereadores. Quando há recurso público envolvido, a prefeita tem gerência sobre
isso e também precisa vir aqui para dar explicações – disse ele, referindo-se à
convocação por parte da Câmara.
Eliane
Becker (PP) destacou o serviço de qualidade prestado pelas unidades educativas
e lembrou que todos os custos têm aumentado significativamente.
-
Hoje são atendidas mais de 900 crianças, sem contar que o município abriu no
ano passado uma nova creche no bairro Primavera. Tudo tem aumentado no país.
Desculpem a expressão, mas o governo tem vomitado aumentos quase que semanais –
afirmou ela.
O
presidente Joracir Filipin (PT) também entrou na discussão:
-
A gente não questiona a qualidade do atendimento, mas o aumento no repasse.
Como o número de vagas não aumentou, não vejo razão para isso.
DEFESA DA ENTIDADE
Na
contramão da oposição, Jailton Proença (PDT) fez uma defesa contundente da FADI
e dos investimentos da prefeitura.
-
Dois Irmãos é um município privilegiado por ter a FADI. Hoje, a entidade tem
220 funcionários com salário médio de 1.200 a 1.500 reais. Só a folha de
pagamento dá 300 mil por mês. Sem falar que as crianças recebem cinco refeições
por dia. Tudo isso já dá uns 500 mil reais, vezes 12, fecha em 6 milhões por
ano (valor que a prefeitura deve repassar em 2015) – calculou ele.
Para
o vereador, a prefeitura faz bem em repassar tais valores à FADI.
-
Seria uma insanidade o município assumir a administração das creches, pois
custaria três vezes mais. Eu julgo que a situação das creches está resolvida em
Dois Irmãos, estamos muito bem atendidos. Até dá para discutir os valores que
os pais pagam, mas reajustes são normais – afirmou Jailton.
Léo
Büttenbender (PT) também foi comedido nas suas declarações:
-
Todo o dinheiro que se aplica na educação é investimento. Não tenho nada a
reclamar do atendimento da FADI. O investimento é alto, sim, para quem paga.
Na
opinião de Paulinho Gehrke (PP), o vereador Márcio insinuou que há irregularidades
na administração da FADI. Paulinho Quadri (PMDB) seguiu nesta linha:
-
Se houver insinuação, tem que ter provas. Acredito que não há nada de errado na
FADI – declarou ele, elogiando o bom senso na explanação do pedetista Jailton.
Nenhum comentário:
Postar um comentário