Segundo
pesquisa revelada pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2014), apenas 24,1% dos brasileiros
têm o hábito de consumir frutas e hortaliças em cinco ou mais dias da semana,
na quantidade de pelo menos 400 gramas diários. O consumo é menor entre os
homens (19,3%) e maior entre as mulheres (28,2%). Isso representa apenas um em
cada quatro brasileiros que consome a quantidade de frutas e hortaliças
recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A
pesquisa, feita pelo Ministério da Saúde nas 27 capitais brasileiras, mostra
ainda que 29,4% dos entrevistados consomem carne com excesso de gordura. O
índice era de 32,3% em 2007.
Novamente,
os homens têm hábitos menos saudáveis: 38,4% consomem essa carne, número que
cai para 21,7% entre as mulheres. O levantamento revelou que o consumo de
refrigerante caiu 20% nos últimos seis anos. Ao todo, 20,8% dos entrevistados
dizem tomar refrigerante cinco vezes ou mais por semana. Os homens são, outra
vez, quem mais consome o produto: 23,9% contra 18,2% das mulheres. O feijão é
consumido cinco ou mais dias na semana por 66% dos brasileiros. Entre os
homens, o índice é de 73%. Entre as mulheres, de 61%. Outras informações da
pesquisa, relativas aos hábitos dos brasileiros, deverão sair ainda este mês.
O
ministro da Saúde, Arthur Chioro, lembrou que as doenças infectocontagiosas não
são mais a principal causa de mortes no Brasil, e sim as crônico-degenerativas,
responsáveis por dois terços dos óbitos registrados no país. Essas doenças,
disse o ministro, têm fortíssima ligação com a alimentação saudável. “Saímos de
uma situação vexatória de desnutrição infantil para a situação oposta. Hoje um
terço das crianças brasileiras tem sobrepeso, obesidade”, afirmou.
Projeto Global de olho na alimentação das crianças
No
Projeto Global de Dois Irmãos, durante a Oficina de Culinária, a criançada
recebe boas orientações para manter uma alimentação saudável e não fazer cara feia
nem torcer o nariz na hora de comer frutas e verduras. Coordenada pela
professora Lea Henrichsen, a oficina tem como principal objetivo fazer com que
os alunos criem consciência do quanto a alimentação industrializada é
prejudicial à saúde. Durante as aulas, as crianças também estudam a origem dos
alimentos e vitaminas e acompanham a preparação das refeições.
“É
um trabalho de formiguinha, em que os resultados são construídos aos poucos. Já
tivemos casos de crianças que não comiam sequer um pedaço de verdura ou fruta,
mas a alimentação saudável é uma questão de hábito, e aos poucos isso foi
mudando. É trabalhoso, mas dá gosto de ver o prato deles se enchendo de cores
com o passar do tempo”, comenta Lea. Ela reconhece, no entanto, que algumas
crianças têm resistência maior em mudar seus hábitos alimentares. “E quanto
antes isso for trabalhado, melhor. Hoje vejo as crianças se cobrando entre si
quando o colega não está comendo as verduras ou as frutas, e isso é muito
gratificante. Um apelo que faço aos pais é que tomem muito cuidado com os
alimentos industrializados, pois eles fazem muito mal para a alimentação de
qualquer pessoa. Tire um tempo e prepare as refeições com seus filhos do lado”,
acrescenta a professora.
A
garotada aprova a iniciativa. “Estou na
oficina há quatro anos. Eu já gostava de comer frutas e verduras antes, mas
aprendi a gostar de mais variedades depois das aulas da professora Lea, como
por exemplo mamão e laranja. Estes alimentos são muito importantes para nossa
saúde, além de fortalecer nossos ossos”, diz Cristina Eduarda de Souza
Arend, 9 anos.
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