Vereadores debatem sobre pavimentações

Depois da folga na semana passada, a Câmara de Vereadores de Dois Irmãos voltou a se reunir nesta segunda-feira. O debate, como era esperado, se manteve na questão das pavimentações. No último dia 23 de março, foi aprovado por unanimidade o financiamento de R$ 2 milhões, junto ao Badesul, para asfaltar seis ruas da cidade: 10 de Setembro (União), 25 de Julho (União/Floresta), Avenida do Parque (Primavera), Padre Valentim Weschenfelder (Industrial), Sede Campestre (Industrial) e Albano Hansen (Travessão).

A oposição queria mais tempo para analisar o documento, mas acabou cedendo à pressão dos moradores presentes na sessão e aprovou.

Ontem, vereadores de PT e PDT questionaram a necessidade de pavimentação em algumas ruas, alegando que existem outras em situação mais precária. Foi sugerida, então, a realização de uma audiência pública para tratar do assunto, o que deve ocorrer nas próximas semanas.

Márcio Goldschmidt (PT) entende que as ruas de chão batido devem ter prioridade.

- Não há grande necessidade de asfaltar o restante da Avenida 25 de Julho. Sem contar que, com este financiamento, vamos pagar R$ 1,6 milhão só de juros. Outra coisa que me preocupa, é que essa administração vem tirando recursos de contas para pavimentação – afirmou o petista.

Para Sérgio Fink (PTB), o ano de 2015 ainda terá muitas pavimentações em Dois Irmãos.

- Já deixei claro que não vou mais votar nenhum projeto retirando recursos de pavimentação. Mas a gente precisa entender que isso é apenas uma previsão orçamentária – ponderou.

Eliane Becker (PP) destacou que, em recente viagem a Brasília, a prefeita Tânia da Silva foi atrás de recursos para novas pavimentações.

- A gente foi chorar por muitas emendas, mas será que vão dar? Tem deputado que só quer dar 250 mil, e isso não chega para pavimentar – comentou.

O presidente Joracir Filipin (PT) discordou:

- Se tem deputado querendo dar 250 mil, nós temos que pegar. Esse dinheiro já serviria para pavimentar a Rua Antônio Wickert, por exemplo.

Jailton Proença de Lima (PDT) ressaltou que é preciso haver um planejamento sobre as ruas que têm prioridade, sem descuidar das calçadas.

- Esse planejamento também passa pelos passeios públicos, que em muitos lugares estão em situação precária. A administração municipal precisa observar isso – afirmou Jailton.

O colega Jair Quilin (PDT) concorda que devem ser priorizadas as ruas de chão batido.

- São poucas as ruas que ainda não têm calçamento em Dois Irmãos. Infelizmente, o município não tem cérebro, está perdido. Só executa as coisas na base da pressão popular. Não sabe mais o que é prioridade – atacou o vereador pedetista.

Leonel Dornelles (PTB) rebateu:

- Aos que dizem que esta administração está perdida, eu recomendaria ler novamente o nosso plano de governo. Está lá tudo o que se pretende fazer nestes quatro anos – comentou.

Sérgio endossou o colega de partido:

- Eu também podia dizer que não tinham cérebro quando calçaram uma rua sem morador, a Irmã Virgínia, no Beira Rio. Mas esse tipo de discussão não resolve os problemas da cidade.

 Márcio voltou à tribuna para retrucar:

- Não tem morador, mas tem necessidade de calçamento pela ligação com outras ruas. É assim também no caso das estradas Sapiranga e Campo Bom.

Moradores cobram melhorias

Moradores que sofrem com o pó e o barro em ruas sem calçamento estiveram na sessão de ontem para reivindicar melhorias e pedir o apoio dos vereadores.

Um dos casos mais críticos é o da Rua Princesa Isabel, no Loteamento Bonamigo. “Estamos há anos nesta luta e até já fizemos um abaixo-assinado, mas o problema não foi resolvido. A nossa rua é intransitável. Em dias de chuva, ônibus com crianças são obrigados a descer de ré porque não conseguem subir. É um perigo”, alerta o morador Dilair Quilin. Ele sugere que a obra seja feita aos poucos, assim como foi feito o asfalto na Rua Alberto Rübenich, durante os governos de Renato Dexheimer e Juarez Stein. Para Tony Fraga, a prefeitura deveria calçar pelo menos a subida para o loteamento, que é cheia de curvas. “Quando eu tinha jipe, cansei de socorrer gente que ficou empenhada na subida. É preciso fazer algo urgente”, comentou Tony.

Jair Aguiar pediu uma solução para a Rua Antônio Wickert, no bairro Beira Rio. “Nossa rua também está intransitável. Já fizemos quatro ou cinco reuniões e até um abaixo-assinado, mas até hoje não conseguimos nada. Enquanto isso, existem ruas onde nem há morador que são pavimentadas”, reclamou ele.  Moradores das ruas Arno Giehl, no bairro Industrial, e Frederico Bauer, no Travessão, também subiram na tribuna para cobrar melhorias.

O vereador Paulinho Quadri (PMDB) destacou que existe um projeto para pavimentar a Rua Princesa Isabel, orçado em R$ 2,2 milhões. “Já encaminhamos para um deputado, mas não sei se vai vir. Vamos continuar indo atrás”, informou o líder de governo.