Depois de um período de trégua, situação e oposição
voltaram a trocar farpas na Câmara de Vereadores de Dois Irmãos. A visita do
secretário de Planejamento e Habitação, Nei Fernando Ferraz, na sessão de
segunda-feira, serviu de pano de fundo para debates intensos, tanto que as
pavimentações continuaram na pauta.
Para Joracir Filipin (PT), os moradores saíram
frustrados com a notícia de que não há previsão para o início das pavimentações
em algumas vias de chão batido.
- Na gestão anterior (PT/PDT), mais de 20 ruas
foram feitas com pavimentação comunitária. Agora, em quase três anos, não
fizeram nenhuma. Não dá para colocar a culpa só no governo federal. A meu ver,
falta gestão. Para onde está indo o dinheiro do município? – perguntou.
Quem
comanda a prefeitura?
Márcio Goldschmidt (PT) subiu o tom do discurso da
oposição e atacou a prefeita Tânia da Silva:
- Falta comando da nossa prefeita, falta definir o
que é prioridade. Quantos projetos já foram cadastrados na busca por recursos
para o município? – questionou ele, antes de acrescentar: - Na gestão PT/PDT
foram buscados em torno de 28 milhões de reais em recursos.
Na sequência, foi ainda mais contundente:
- Muitos dizem que não é a prefeita quem manda, que
outras pessoas tomam as decisões. Está na hora dela assumir a gestão de
verdade. Não queremos mais desculpas.
Eliane Becker (PP) reagiu em seguida:
- Acho que o Márcio está confundindo com o governo
Lula e Dilma, em que não se sabe quem manda. Aqui, posso dizer que a prefeita
comanda muito bem o município.
Ela ainda destacou o trabalho do secretário Nei:
- Ele trabalhou muito para Dois Irmãos não perder
recursos que vocês foram incapazes de gerenciar. Aliás, vocês iam dar calote no
Bispo e nas Irmãs – cutucou a vereadora progressista, fazendo referência às
polêmicas com a Igreja Católica e a Sociedade Educação e Caridade.
Será
que vivem em Dois Irmãos?
Sérgio Fink (PTB) também rebateu a oposição:
- Quando perguntam o que se faz com o dinheiro,
fico preocupado. Só o posto de saúde do União, inaugurado na sexta, teve mais
de 500 mil de contrapartida do município. Agora, na quinta-feira, será
inaugurado o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) e, mais adiante,
o posto do bairro Primavera. Se vocês não sabem para onde vai o dinheiro, é
porque não vivem em Dois Irmãos ou não querem ver o que está acontecendo –
afirmou.
Paulinho Quadri (PMDB) foi no embalo:
- O que não tem comando é o país! É como eu sempre
digo: lobo come lobo, e agora o Lula começou a acusar a Dilma pela inflação e
corrupção. O Márcio parece que vive em outra cidade. Olha, Márcio, se você
continuar falando tanta mentira, não vai muito longe na política. Estão
tentando jogar o povo contra a Tânia, mas não vão conseguir.
Mais comedido, Jair Quilin (PDT) chamou atenção
para o risco de “quebradeira” no país.
- Empresas estão demitindo e o governo do PT em
nível nacional precisa tomar providências. Não adianta ficar cantando de galo e
não fazer nada – declarou.
CRECHE
DO SÃO JOÃO
A situação da escola de educação infantil do bairro
São João também voltou ao debate.
Joracir Filipin (PT) informou que o valor que falta
para concluir a obra – cerca de R$ 150 mil – finalmente será liberado pelo
governo federal.
- Há quase dois anos a obra está parada. Agora, o
ex-prefeito Miguel (Schwengber) ligou para Brasília e o recurso será liberado.
O município poderia muito bem ter bancado a conclusão que depois seria
reembolsado pelo governo federal – comentou.
Márcio Goldschmidt (PT) reiterou que a liberação
contou com o esforço do ex-prefeito Miguel junto ao gabinete do deputado
federal Henrique Fontana (PT). Sérgio Fink (PTB) reagiu:
- Vocês sabem que a prefeitura não pode terminar a
obra e depois cobrar o governo federal. Se botar dinheiro, o município corre o
risco de não receber mais e ainda ter que devolver recurso à União. Agora, se
bastou o ex-prefeito ligar uma vez para Brasília, por que ele não fez isso
antes? É uma pena que só depois de quase três anos ele se dignou a ligar –
afirmou.
DEVOLUÇÃO
DE RECURSOS
Joracir Filipin (PT) confirmou que, a pedido dos
Conselhos de Pais e Mestres (CPM) das escolas municipais, não fará a devolução
de R$ 156 mil das economias do Poder Legislativo.
- Na quinta-feira passada tivemos uma reunião com a
prefeita Tânia (da Silva) e ela disse que não iria repassar esse dinheiro para
as escolas. Os pais, então, não autorizaram a devolver. Ainda hoje
(segunda-feira) o Nei (Ferraz, secretário de Planejamento) disse aqui que
educação é prioridade. Mas pelo jeito não falta recurso, pois nós queríamos
devolver e a prefeita não quis repassar para as escolas – comentou o
presidente.
Sérgio Fink (PTB) não gostou e rebateu:
- Na próxima semana vou
trazer um levantamento de todos os investimentos realizados na educação. Aliás,
sobre o repasse feito com o dinheiro devolvido pelo Jailton (Proença de Lima,
presidente no ano passado), ainda tem escola com problema na prestação de
contas. Quem sabe o senhor devolve esse recurso para investir em pavimentação
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