Atendendo a uma convocação da Câmara de Vereadores,
o secretário de Planejamento e Habitação, Nei Fernando Ferraz, esteve na sessão
desta segunda-feira para falar sobre pavimentações em Dois Irmãos. Ele
reconheceu que a prefeitura tinha a intenção de fazer maiores investimentos na
área em 2015, mas disse que o momento é delicado.
- Vivemos num país que está em grande crise e não
podemos chegar ao final do ano com risco de não ter dinheiro para pagar todas
as contas. Temos que manter investimentos em áreas que são prioridade, como
saúde e educação. Por isso, hoje eu não vim aqui prometer quando serão feitas
as pavimentações. Tudo vai depender do andamento do país – comentou.
Nei ainda citou seis ruas que têm índice para
receber a pavimentação comunitária, quando 70% do valor da obra são pagos pelos
moradores e 30%, pela prefeitura: Edgar Ramisch, Frederico Bauer, Antônio
Wickert, Adão Sander e trechos da Santa Maria do Herval e Padre Valentim
Weschenfelder. Em seguida, foi aberto espaço para perguntas. O presidente
Joracir Filipin (PT) quis saber qual será a primeira rua a ser pavimentada:
- Pavimentação é pauta recorrente. Estamos
avaliando se vamos ter recursos para cumprir com nossas obrigações até o final
do ano. Não podemos fazer investimentos e depois não ter como pagar as contas –
respondeu.
E o
dinheiro das emendas?
Filipin lembrou que, na votação do Orçamento para
2015, foram feitas emendas num total de R$ 800 mil destinados especificamente
para pavimentações.
- Agora, já vieram vários projetos retirando
recursos das contas de pavimentação. Isso não significa que fizeram um mau
planejamento? – questionou o presidente.
O secretário disse que não fica feliz com esses
remanejamentos, mas lembrou que os valores foram destinados para a manutenção
de entidades como o Hospital São José e a Fundação Assistencial de Dois Irmãos
(FADI), que administra as creches do município. Pouco depois, o vereador Márcio
Goldschmidt (PT) insistiu na pergunta de quando será feita a primeira
pavimentação. Nei comentou que já havia respondido e Márcio atacou a postura da
atual administração:
- Sinto uma morosidade da Secretaria de
Planejamento. Esses 800 mil que estavam destinados às pavimentações não existem
mais. Não se percebe planejamento das coisas e, pelo visto, pavimentação não é
prioridade como disseram. Aliás, essa é a única administração que fez um
financiamento de 2 milhões para fazer asfalto – criticou.
Jair Quilin (PDT) também questionou o financiamento
de R$ 2 milhões, contratado junto ao Badesul, para asfaltar seis ruas que já
contam com pavimentação, como a 25 de Julho e a 10 de Setembro. Ele quis saber
quem define a necessidade deste tipo de obra.
- São vias com grande circulação de veículos
pesados, como ônibus e caminhões, e todos sabem que o asfalto tem maior
durabilidade. É uma questão de mobilidade urbana – respondeu o secretário Nei.
Jailton Proença de Lima (PDT) perguntou sobre a
situação da Rua Três Coroas, no bairro Primavera.
- A Rua Três Coroas não tem índice para receber
pavimentação comunitária. Lá existem dois ou três moradores que insistem em não
assinar, pois são donos de áreas maiores. O jeito é conseguir uma emenda
parlamentar, sem ninguém pagar nada pela pavimentação, ou fazer e cobrar como contribuição
de melhorias – explicou Nei.
E os
R$ 3,2 milhões do hospital?
O vereador Sérgio Fink reforçou o discurso do
secretário a respeito da crise vivida pelo país, destacando que desde 2008 o
município deixou de arrecadar R$ 22 milhões em razão das desonerações fiscais
impostas pelo governo federal. Durante sua explanação, Nei também lembrou que a
atual administração teve que pagar R$ 3,2 milhões pela compra do Hospital São
José, “recurso que daria para pavimentar muitas ruas”.
Por fim, o presidente agradeceu a presença do
secretário e não perdeu a oportunidade de alfinetar:
- Com o que senhor disse
aqui, ficou claro que não tem como fazer essas pavimentações e que os moradores
vão continuar vivendo no pó e no barro – disparou Filipin.
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