O Rio Grande do Sul chora a morte de um dos seus
maiores tradicionalistas, Antônio Augusto Fagundes. Carinhosamente, Nico
Fagundes. Ele tinha 80 anos e faleceu na noite desta quarta-feira, dia 24, após
permanecer cerca de um mês internado no hospital Ernesto Dorneles, em razão de
uma infecção respiratória.
Natural de Inhanduí, no interior de Alegrete, o
filho do seu Euclides Fagundes e da dona Florentina da Silva Fagundes, foi
folclorista, poeta, ator, historiador e apresentador. Se tornou um dos mais
respeitados estudiosos da cultura, vestimenta, dança e culinária gaúcha. E,
graças a ele, o Rio Grande do Sul tem clássicos como o “Canto Alegretense”, um
verdadeiro hino no nosso estado. Durante 30 anos, esteve à frente do Galpão
Crioulo, um dos programas de maior audiência do estado, encantando os
admiradores da cultura gaúcha. Sua despedida foi marcada por uma edição
comemorativa do programa, gravada com grandes nomes da música regionalista em
Venâncio Aires. Nico deixa enlutada a mulher, Ana Lúcia Piagetti Fagundes, com
quem se casou em 2011, e seis filhos, além de toda a multidão formada por “gaúchos
e gaúchas de todas as querências”.
Tradicionalistas de Dois Irmãos lamentaram a perda
e enalteceram a figura de Nico. “Ele foi um marco na história do Rio Grande do
Sul. Foi quem divulgou a tradição gaúcha na televisão. É um historiador, tudo o
que tu precisa saber sobre a cultura do nosso estado, tu encontra nos livros
dele, assim como os do Paixão Côrtes”, destaca César Luiz Barbosa, o Amarelo,
da ACTG Portal da Serra. Ademir Nogueira, um dos tradicionalistas mais antigos
do município, também lamenta a morte de Nico. “Ficamos consternados. Vão indo
os teus amigos e tu fica sem palavras. O Nico foi um dos precursores, um dos
tradicionalistas que, de fato, deu impulso à tradição gaúcha. Levou a nossa
cultura para a televisão”, diz ele, reforçando o legado deixado pelo
tradicionalista. “São livros, músicas, poesias, histórias”, completa ele,
emocionado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário