Conhecemos gente nova o tempo todo. E tem aquelas
que tu olha e pensa: “Quero ser assim também!”. Eu, por exemplo, admiro gente
forte, que não chora por qualquer coisa, que dá risada, que tem opinião, que
diz bom dia para as pessoas na rua, mesmo não conhecendo.
Mas, sabe o que eu mais admiro?
Gente que doa parte do seu tempo para ajudar
pessoas. Em um mundo cada vez mais egoísta, de pura troca de favor, saber que
ainda existem pessoas assim nos faz acreditar que o ser humano ainda tem jeito.
Lá de São Paulo, a dois-irmonense Therezinha Kuhn
Silva (na foto, a primeira à esquerda), de 54 anos, está fazendo a diferença na
vida de pessoas de todo o mundo.
Há quatro anos ela é voluntária da Cruz Vermelha
Brasileira, na Filial do Estado de São Paulo. Com muito amor, carinho e
dedicação, ela ajuda a amenizar as dores físicas e psicológicas de pessoas que
ela nem sabia que existiam. Assim como as pessoas que ela ajuda também não
sabem quem é a “Thêre”.
O interesse dela pelo trabalho voluntário surgiu
após uma palestra sobre a Cruz Vermelha e as ações que a organização promove. O
convite partiu de Valdinei Nascimento Muricy, o único sobrevivente do acidente
aéreo da TAM JJ3054, que ocorreu em 2007. O mesmo acidente vitimou a filha da
Therezinha, a comissária Madalena Silva, que na época tinha 20 anos. Ela
trabalhava na TAM há menos de um ano e havia trancado a faculdade de Turismo
para realizar o sonho de ser comissária. “Neste dia o trabalho feito por eles
foi apresentado para várias pessoas. Na palestra falaram sobre os grupos de
apoio de: Socorro e Desastre, Logística e Triagem, dos quais eu gostaria de
participar e ajudar”, diz ela.
Desde então, Thêre, como é carinhosamente chamada
pela família e amigos, compartilha o seu amor com desconhecidos. “Em 2010
ocorreu um desastre natural na região serrana do Rio de Janeiro e o Brasil
inteiro se mobilizou para ajudar, entre eles a Cruz Vermelha de São Paulo, que
teve uma atuação determinante por ser uma cidade referência. Neste momento,
comecei a trabalhar com maior frequência na triagem de alimentos, roupas,
produtos de limpeza e higiene para enviar ao local, que seriam distribuídos
pela equipe da Cruz Vermelha do Rio de Janeiro”, conta ela, orgulhosa. “Também
já atuei realizando cadastros na zona sul, leste, oeste e norte de São Paulo,
auxiliei nas catástrofes que ocorreram na cidade e no país, como incêndios em
comunidades, enchentes e tornados”, diz ela, que também atuou como voluntária
na destruição da cidade de Xanxerê, em Santa Catarina, e no Projeto Neymar, na
baixada santista, onde levou donativos para as famílias carentes.
Simultaneamente, Thêre seguiu realizando a triagem de doações feitas por
empresas, escolas e instituições particulares. “Atualmente, devido o inverno rigoroso
que faz em São Paulo, estou trabalhando durante vários dias da semana na
Campanha do Agasalho, tanto na triagem quanto na entrega das doações”,
completa.
Eu sou daquelas pessoas que pensa que todo mundo
tem um papel na terra. E talvez o da Thêre seja esse, de ajudar quem precisa,
indiferente de cor, raça ou classe social. “O que mais me deixa feliz e me
motiva a ser voluntária é a diferença que eu faço na sociedade, ajudando os
menos privilegiados. Desta forma, sou beneficiada com satisfação e realização
pessoal, porque ao dar assistência ao próximo, estou ajudando a mim mesma”, diz
ela.
(Reportagem: Thaís Lauck)
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