Blog do Jornal Dois Irmãos


28 de ago. de 2013

Sapateiros paralisam e fecham BR-116 por dissídio de 8,5%

Sindicato Patronal propõe reajuste de 
7,5% e sapateiros terão assembleia hoje
Trabalhadores fecharam o trânsito na rótula da Av. Irineu Becker
Grupo também fechou a BR e
seguiu até a entrada da Henrich
A terça-feira foi de paralisação e protestos dos sapateiros em Dois Irmãos, por conta do Dissídio de 2013. De acordo com o Sindicato dos Sapateiros, a categoria reivindica reajuste de 8,5% (6,38% de reposição da inflação + 2,12% de aumento real). O Sindicato Patronal, no entanto, ofereceu 7,5%, com 1,12% de aumento real. “Tivemos uma reunião no final de julho e não chegamos a um acordo. Ontem à tarde estivemos reunidos novamente, e até agora não nos apresentaram uma proposta salarial decente”, declarou Romeo Schneider, presidente do Sindicato dos Trabalhadores. “Amanhã (hoje) teremos a nossa Assembleia Geral a partir das 18h, no sindicato, para novamente discutir esta questão”, acrescentou ele.
Os protestos já começaram na tarde de segunda-feira. Na Usaflex, os funcionários que trabalham de dia paralisaram das 15h às 17h. “O turno da noite também paralisou e, terça pela manhã  estivemos na empresa em novo ato de manifestação”, disse Romeo. Na Calçados Pegada, parte dos funcionários também paralisou nesta segunda-feira, das 15h às 17h. Já na manhã terça, das 7h às 8h15, houve manifestação na H. Kuntzler. A partir das 12h30, novos protestos foram realizados em frente à Usaflex e à Pegada. Muitos funcionários seguiram paralisados mesmo depois do horário de início de trabalho. Outros optaram por seguir trabalhando. Na Usaflex, a grande maioria participou do ato. Por volta das 13h20, trabalhadores fecharam a Av. Irineu Becker, junto a rotula, com gritos de ordem como “queremos aumento” e “trabalhadores unidos jamais serão vencidos”. Dez minutos depois, os portões da empresa foram fechados.
Pouco depois das 14h, trabalhadores da Pegada se juntaram ao protesto na Av. Irineu Becker. O grupo, então, seguiu para a BR-116, com o objetivo de integrar funcionários da Henrich à mobilização. Chegando ao local, pediram que a diretoria liberasse os trabalhadores. A iniciativa não teve sucesso. Só depois de meia hora alguns funcionários saíram do prédio e vieram em direção ao grande grupo. Em nenhum momento os portões principais da indústria calçadista foram abertos. Alguns manifestantes, então, arrancaram parte da cerca da empresa para que os funcionários pudessem sair. A Brigada Militar esteve no local, mas não houve incidentes.
A Pegada informou que cerca de 450 funcionários aderiram à paralisação. Na Usaflex não foi possível confirmar o número até o fechamento da edição, às 16h30. No entanto, sabe-se que a empresa não produziu nesta terça, apesar de alguns trabalhadores permanecerem no local. O presidente do Sindicato dos Sapateiros calcula que a mobilização reuniu 1.500 pessoas.

O que diz o Sindicato Patronal
De acordo com Vicente Bender, presidente do Sindicato das Indústrias, as negociações com o Sindicato dos Sapateiros estão sendo feitas, apesar de ainda faltarem alguns ajustes. Ele explica que é preciso enxergar a crise pela qual passa o setor calçadista, a fim de evitar que em Dois Irmãos aconteça o mesmo que em outros municípios que precisaram reduzir sua produção. “Estamos tentando manter nossa estrutura de produção. Estamos esperando a contraproposta do Sindicato dos Sapateiros e acredito que até hoje à tarde (quarta-feira) já tenhamos chegado a um acordo”, afirma ele, destacando ainda que não vê razões para a paralisação. “Nossa proposta não está fora dos padrões. Esse alarme não se justifica”, acrescentou Vicente.

Pedido de 10% na Usaflex
De acordo com a funcionária Joice de Souza, que também integra a diretoria do Sindicato dos Sapateiros, na indústria de calçados Usaflex o pedido é que o aumento seja de 10%, indiferente do dissídio. “O aumento proposto pelo Sindicato Patronal é muito baixo, quase igual ao que foi dado no ano passado. Além disso, estamos reivindicando mais uma vez sobre a forma de reajuste aqui da empresa. Muitos não concordam com o aumento paralelo. Ele deve ser o mesmo para todos”, informou Joice.

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