O estudante do curso de
Publicidade e Propaganda Christiaan van Hattem está morando na Holanda
para um intercâmbio de estudos, promovido pela parceria entre a Unisinos e o
Ciência sem Fronteiras. Christiaan chegou ao país em janeiro de 2013 e, desde
então, muitas coisas mudaram em sua vida.
Antes da viagem, ele tinha
uma rotina bem intensa, estudando e trabalhando como fotógrafo na Unisinos.
Hoje a rotina se mantém agitada e é marcada por novas descobertas. “Cada
vez que boto o pé na rua eu aprendo algo novo”, conta. O olhar de quem vê a
vida através das lentes de uma objetiva Christiaan levou junto para a Holanda,
observando de forma bastante peculiar cada pôr do sol, os campos de tulipas e
as ruas lotadas de bicicletas. “O país é sensacional, a fama de chuvoso e
frio não condiz com a energia que se encontra aqui”, relata o
dois-irmonense.
A capital holandesa,
Amsterdam, voa alto no cenário mundial, sendo uma das potências comerciais e
culturais mais importantes da Europa. O estudante, que é descende de
holandeses, tem um apreço especial pela cultura do país, retratada por meio de
museus, parques, concertos e festivais internacionais. Além da bagagem cultural
que está acumulando ao longo da viagem, o grande ganho da experiência, para
Christiaan, é a chance de poder, futuramente, compartilhar seu aprendizado
para ajudar no desenvolvimento do Brasil.
Apegado às tradições, o bom
e velho chimarrão é seu companheiro inseparável de viagem, e recentemente
ganhou a companhia de uma bicicleta. Os três percorrem diariamente as ruas do
país, onde Christiaan segue atento a cada detalhe, buscando eternizar cada
momento. Leia a entrevista:
Como
era sua rotina antes da viagem?
Christiaan:
A minha rotina antes da viagem era bem intensa.
Todos os dias eu ia de Dois Irmãos para São Leopoldo, trabalhava como fotógrafo
na Unisinos e fazia cinco disciplinas do curso de Publicidade e Propaganda.
Por que você resolveu participar do Programa
Ciência sem Fronteiras?
Christiaan: Os
principais motivos foram o interesse em fazer um intercâmbio, aperfeiçoar o
inglês, conhecer o mundo e, consequentemente, adquirir uma bagagem cultural,
valorizando a experiência acadêmica. Buscava encontrar uma forma de cursar parte
da minha graduação no exterior, e o CSF contemplava exatamente o que eu
procurava: um ano de estudos na Holanda com aproveitamento no retorno ao
Brasil, na universidade de origem. O propósito do programa também é um dos meus
pontos motivadores. Viajar ao exterior para trazer para o Brasil conhecimento
que, aplicado e compartilhado, pode, de alguma forma, ajudar no desenvolvimento
do país.
Quais eram suas expectativas?
Christiaan: Havia
grandes expectativas, especialmente em relação ao estudo, ao curso escolhido.
Também em relação às diferenças culturais e dúvidas a respeito da adaptação.
Essa é minha primeira experiência morando sozinho e longe da família e amigos.
Como está sendo a experiência de morar
e trabalhar na Holanda?
Christiaan: A
Holanda não foi um acaso na minha escolha de país, eu já vinha tendo vontade de
morar aqui há muito tempo. O país é sensacional, a fama de chuvoso e frio não
condiz com a energia que se encontra aqui, seja nos campos de tulipas, nos
canais, nos moinhos de vento ou na cidade icônica e que não para, Amsterdam.
Sim, aqui é o país das bicicletas. São milhões! Às vezes, a quantidade delas
nas ruas é maior do que o número de habitantes. Eu, nas primeiras semanas, já
comprei a minha eterna companheira. Uso todo dia para ir e voltar da faculdade,
pedalo cerca de 15 quilômetros. Estou estudando na Hogeschool van Amsterdam ou
Amsterdam University of Applied Sciences, uma das maiores da Holanda, com mais
de 30.000 alunos. Vou fazer dois cursos neste ano, no primeiro semestre estou
cursando Global Trendwatching; no segundo, International Journalism. A experiência
de estudar com pessoas dos quatro cantos do mundo é única e muito interessante.
Cada dia é cheio de novas curiosidades e aprendizados com outra cultura. Não
trabalho, porque o programa não permite.
O que você aprendeu de mais importante
para sua vida profissional e pessoal?
Christiaan: O
aprendizado aqui, tanto profissional quanto pessoal, é constante. Cada vez que
boto o pé na rua eu aprendo algo novo. Mas principalmente na questão de sair da
zona de conforto e ver o mundo de formas diferentes. Recomendo essa
experiência para todos os estudantes, o programa vem sendo uma iniciativa
louvável do governo e acredito que vá trazer ótimos resultados para o país.
Qual sua expectativa para o retorno?
Christiaan: É
retomar os estudos na Unisinos, compartilhar meu conhecimento adquirido aqui
de alguma forma com o meio acadêmico e, principalmente, aproveitar as amplas
oportunidades que o Brasil possui.
O que mais está gostando na Holanda e o
que sente mais falta daqui do Brasil?
Christiaan: Acredito
que é difícil sintetizar o que mais gosto daqui, a experiência toda está sendo
excelente, mas a Holanda superou minhas expectativas. Um país bonito, bem
organizado, com o sistema de transporte público altamente completo, com um povo
peculiar e uma língua um tanto complicada de se aprender. Ah, claro, o país com
o melhor queijo do mundo. Do Brasil, o que mais sinto falta são as pessoas, em
especial família e amigos. O chimarrão me acompanha aqui, mas um churrasco me
faz uma falta danada.
(Michelli
Machado / Unisinos)
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