“Incluir não é inserir, mas interagir e contribuir”
Esta
frase é como um lema para o projeto de inclusão que está sendo desenvolvido desde
o último ano na escola municipal Francisco Weiler, da localidade de Picada São
Paulo, em Morro Reuter. Apesar da inclusão de crianças e jovens com
necessidades especiais nas escolas regulares ter aumentado nos últimos anos,
ainda são grandes os desafios de preparar os professores para manter esses
alunos na sala de aula com os demais colegas.
A escola Francisco Weiler conta hoje com 84 alunos e,
destes, quatro apresentam algum tipo de deficiência, como atraso no
desenvolvimento neurológico e alteração na coordenação motora, baixa visão e
retardo mental moderado. “A escola não trata a patologia, mas ajuda as
crianças e jovens a se inserir no convívio social”, comenta a coordenadora pedagógica
Helenise Avila Juchem. Ela destaca que o mais importante para uma criança com
deficiência não é aprender o mesmo conteúdo que as outras, mas ter a possibilidade
de colaborar, ter autonomia livre expressão de ideias, governar a si próprio e
ver seu esforço ser recompensado e reconhecido. A partir deste ano, também vem
sendo desenvolvido o ensino colaborativo, utilizado para favorecer a inclusão
escolar, envolvendo a parceria direta entre o professor de educação e o
professor auxiliar. “A educação é um trabalho de investimento a longo prazo, e
para alunos especiais o prazo é ainda maior. Com os três professores
auxiliares, o trabalho está bem melhor. Percebo que eles criaram um elo afetivo
e de confiança com estes professores, que os ajudam a desenvolver as atividades
propostas em aula”, diz Helenise.
Dos quatro
alunos com deficiência intelectual, três estudam pela manhã e um à tarde. Para
cada aluno é feito um relatório de “Adaptação Curricular Individualizada”, com
todas as atividades desenvolvidas por eles. Os demais alunos também se
envolvem com os colegas. “Eles ajudam, cuidam, participam e auxiliam. E isso
faz com que os alunos com algum tipo de deficiência avancem dentro de seus
limites”, afirma Helenise. As crianças e jovens também recebem acompanhamento
semanal no Núcleo de Atendimento Clínico (NAC) de Morro Reuter, com psicóloga,
psicopedagoga e fonoaudióloga. A professora de educação regular Janete Vitória
Grendoski, destaca a importância das professoras auxiliares. “Elas realizam as
mesmas atividades curriculares que seus colegas, mas de uma forma adaptada”,
comenta.
Foi
licitado na última terça-feira o novo espaço de saúde no município. Voltada
para a melhoria da qualidade de vida, a Academia de Saúde de Morro Reuter será
construída no espaço entre o Ginásio Municipal e o Complexo da Secretaria de
Educação e Cultura (SMEC), na Travessa 1º de Maio. O investimento do Ministério
da Saúde é de R$ 78.675,01.
Um aluno nunca é igual a outro
Elen fazendo um trabalho com colagem com a ajuda da professora auxiliar Deloni |
Na
manhã desta quinta-feira, Elen Hack, 10 anos, do 4º ano, que tem baixa visão e
deficiência mental moderada, fazia um trabalho de colagem para representar a chegada
dos portugueses ao Brasil, com a ajuda da professora auxiliar Deloni Ott
Stoffel. “Gosto muito de vir para a escola. Está vendo como ficou o meu sol?”,
indicava Elen, enquanto colava finas tiras de papel amarelo na folha para
representar o sol. “A Elen se desenvolveu significativamente. Ela já consegue
reconhecer praticamente todas as letras do alfabeto”, conta a professora
Deloni.
Segundo o Censo de 2010, nos casos de pessoas com
deficiência visual, auditiva e motora, o índice de analfabetismo caiu para
16,8%, 24,2% e 28,3%, respectivamente. A média brasileira, porém, foi de 10,5%.
Para a professora regular de Elen, Magna Metz, ter uma criança com deficiência
em sala de aula é uma experiência nova para ela, assim como uma professora
auxiliar. “Essa turma é colega da Elen desde a educação infantil. Todos são
muito parceiros dela”, diz ela. “Aqui em Morro Reuter existe essa preocupação
em incluir e dar essa qualidade de vida. Os alunos estão todos incluídos e
inseridos de fato no ensino. Cada um aprende de um jeito. Que o nosso projeto
de inclusão seja exemplo para as outras escolas”, ressalta Deloni.
Conforme a diretora Marceli Robetti, foi fundamental
que esse projeto de inclusão fosse executado na escola. “Na época tínhamos três
alunos e víamos a necessidade de professores auxiliares, para que eles não
ficassem desassistidos. Os alunos com deficiência intelectual requerem muita
atenção”, comenta Marceli, que trabalha na escola desde 2007.
De acordo com o Censo Escolar, entre 2005 e 2011 as
matrículas de crianças e jovens com algum tipo de necessidade especial
(intelectual, visual, motora e auditiva) em escolas regulares cresceu 112% e
chegou a 558 mil.
Morro Reuter terá Academia de Saúde
Projeto contempla 12 equipamentos para exercícios |
A infraestrutura, que será parcialmente coberta,
contará com 12 equipamentos para exercícios físicos, além de um bicicletário e
área de convivência. A previsão de término da obra é de 60 dias, a contar de
seu início, que está previsto para setembro. O prefeito Adair Bohn comemora
mais essa conquista para o município
- Esta é mais uma
ferramenta que busca dar qualidade de vida para nossos munícipes. Nossa administração
preocupa-se com a promoção da saúde, promoção de hábitos saudáveis, e
proporcionar espaços públicos para o desenvolvimento de atividades físicas é
uma importante estratégia nas ações de melhoria da saúde da população –
comentou Adair, ao lado do vice-prefeito Harri Becker.
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