Primeira aula de qualificação foi hoje com a juíza da Comarca |
A partir de agora a Brigada Militar de Dois Irmãos contará com a Patrulha Comunitária. A viatura já começou a atuar nesta segunda. A Patrulha Comunitária será realizada em três turnos: das 8h às 14h, das 14h às 17h e das 17h às 23h. Sete policiais militares formam a equipe de patrulhamento.
O tenente Francisco Antônio Maria, Comandante da Brigada Militar de Dois Irmãos, destaca que o grande objetivo é aproximar o efetivo de toda a comunidade e atuar na prevenção de segurança. “Em cada um dos turnos, será feito um relatório, onde eles terão que responder três perguntas padrão: escolas que foram, comércios e pessoas que visitaram e locais que atuaram. Em um primeiro momento, vamos ouvir as necessidades, o que pode ser melhorado em questão de segurança pública; e em um segundo momento, após a coleta dessas informações, vamos estar voltados para a questão das orientações”, diz ele, destacando que um dos objetivos também é conhecer a realidade de cada bairro. “Muitas vezes, as vítimas não registram a ocorrência. Com a Patrulha Comunitária, teremos acesso a elas também, já que temos a oportunidade de conversar com a comunidade”, ressalta o tenente. “Queremos transformar a Brigada Militar de Dois Irmãos em uma polícia mais humana”.
Outra ideia da BM é fazer reuniões nos bairros, todos os meses. “Queremos ouvir sugestões para melhorar a segurança no município. Em outro momento, vamos buscar desenvolver um projeto de qualificação também dos moradores, para que auxiliem, denunciem elementos suspeitos”, conclui.
No próximo mês, a Patrulha Comunitária deve ser implantada também em Morro Reuter.
AULAS DE QUALIFICAÇÃO
Com o objetivo de melhorar a atuação da BM, o projeto também contará com aulas de qualificação no quartel. A aula inaugural foi hoje, com a presença da Ângela Roberta Paps Dumerque, juíza da Comarca de Dois Irmãos. O ponto principal da conversa foi o registro das ocorrências. “As ocorrências iniciam com vocês e terminam comigo. De nada adianta o esforço da BM, se quando o fato vira processo, a ação de vocês não se torna prova para condenações. Aquilo que vocês trazem na narração do fato, no flagrante, se ali o fato for bem narrado, é o suficiente para que o indivíduo seja condenado”, destacou a juíza. “Descrever por exemplo, a cor do veículo, a posição em que ele estava, a aparência dos envolvidos, são coisas que podem ser muito úteis em um processo. Quando precisamos absolver por falta de provas é porque o trabalho da Brigada Militar e Polícia Civil falhou”, completou a magistrada.
Ela cita o exemplo de registros da Lei Maria da Penha. “Tínhamos fatos muito mais graves antes da Lei Maria da Penha em Dois Irmãos. Hoje, os problemas estouram antes. Aí a importância de dar um assessoramento completo em qualquer ocorrência”, alertou. Nestes casos, a juíza ressalta também a importância de a agressão ser registrada através de fotografias. “Preciso que vocês coloquem na ocorrência o que vocês viram. Registrem as lesões em fotografias. Muitas vezes, quando a vítima passa pela perícia, as marcas já não aparecem mais”.
A juíza ressalta também a confiança da comunidade na BM. “As pessoas, ao menor sinal, acionam a BM. Isso só ocorre porque confiam na BM”.
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