O
suicídio do baixista Champignon, da banda Charlie Brown Jr, ocorreu apenas
alguns meses após o líder desse grupo, o também músico Chorão, ter “se matado”
de tanto cheirar cocaína e ir a óbito por overdose.
A vida dos que seguem seus
artistas favoritos é repleta de desilusões.
Minha
geração, a dos jurássicos que hoje têm 56 anos ou mais, perdeu a maioria dos
seus ídolos igualmente para essas desgraças.
Elvis
Presly matou-se de tanto fumar, beber e cheirar aos 44 anos. Michael Jackson,
que sempre foi meio estranho, morreu também de uma overdose de sabe-se lá o
que, mas certamente overdose. A gaúcha Elis Regina, a voz mais afinada e alta
que o Brasil tinha e que alcançava quase todas as oitavas acima, morreu com 36
anos de idade. Raul Seixas, que ainda hoje tem voz moderna, talvez por ter
nascido “a 10 mil anos atrás” deixou-se morrer, como diz o gaúcho, “se
entregar-se para a bebida” (e otras cositas más). O nosso cantor nativista
César Passarinho, a melhor voz destes pampas em todas as épocas, morreu entre
álcool e fumaça, jovem, jovem, jovem. E “quando o inverno chegar” o Tim Maia
não estará entre nós, levado que foi pela poeira maldita.
Tem
mais algum morto assim? Claro que tem:
A Amy
Winehouse, morta aos 27 por uma overdose?
O
Kurt Cobaian, morto aos 27 com um tiro na cabeça?
A
Janis Joplin, morta aos 27 também por overdose?
O
genial guitarrista Jimi Hendrix, morto aos 27?
O Jim
Morrison, do The Doors, também morto aos 27?
O
Cazuza, que tomou e cheirou tudo e caiu de AIDS aos 32?
O Bob Marley, doce e não-conformado,
que morreu aos 36?
Escapam da tragédia da
droga na morte, muito embora tenham usado em vida, mas que morreram também
tragicamente, a gurizada dos Mamonas Assassinas, o dulcíssimo John Lennon, o
encantador Renato Russo, a vigorosa Cássia Heller (que morreu aos 39 anos, de
infarto do miocárdio e não de overdose, como disse a revista Veja, na época), a
dupla Ritchie Valens e Bip Bopper que interpretava o hit “La Bamba” e que
morreram na queda de um avião em um milharal, nos Estados Unidos, quando Valens
tinha apenas 17 anos de idade.
Não
são apenas músicos.
Marilyn
Monroe morreu aos 30 anos, vítima de overdose de “remédio” para dormir.
E a todos esses que vão, fica aqui em nós um nó no
peito, uma vaga lembrança de que a vida poderia ter sido maior e mais bonita
para eles, se mais vivessem. E melhor para nós, que os teríamos entre nós. (Por Alan Caldas)
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